Açoriano Oriental
Covid-19
Retoma vai exigir liquidez e “Governo não pode hesitar”

O presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) adverte que a retoma vai exigir liquidez das empresas e que, nessa altura, “o Governo não pode hesitar”, sob pena de se desperdiçar o esforço feito em 2020.

Retoma vai exigir liquidez e “Governo não pode hesitar”

Autor: Lusa/AO Online

“É no momento da retoma que vamos perceber as dificuldades reais das empresas e é nessa altura que o Governo não pode hesitar, sob pena de um esforço enorme que o Governo também tem feito ao longo do ano de 2020 cair todo em saco roto”, alertou Pedro Costa Ferreira, em entrevista à Lusa.

Assim, o responsável defendeu que os apoios disponibilizados às empresas do setor do turismo, para fazer face aos efeitos da pandemia de covid-19 na economia, “têm de ser redobrados” e “mais robustos”.

“A retoma é, provavelmente, o momento de maior necessidade de liquidez de todas as empresas, porque os custos, perante uma crise alongada e uma empresa muito fragilizada, serão e terão um movimento de zero para 100”, afirmou Pedro Costa Ferreira.

A APAVT prevê que, no momento da retoma da economia, as empresas passem rapidamente a ter os custos que tinham antes da pandemia, embora as receitas venham a ser geradas de forma gradual, daí sublinhar a necessidade de liquidez.

Pedro Costa Ferreira disse acreditar na possibilidade da retoma acontecer ao longo deste ano, de forma mais lenta, consolidando-se em 2022.

 Neste contexto, o primeiro “grande desafio” para o turismo português é, disse, manter viva a oferta.

“Se a oferta não existir para poder receber uma procura que continua a existir e, provavelmente, até vai existir com mais desejo, com mais capacidade de crescimento, aí não temos nada”, avisou.

O presidente da APAVT considerou também importante apostar na projeção da imagem de Portugal como um destino seguro e, para isso, é necessário resolver a crise sanitária.

Depois disso, “o maior desafio de todos” é “ganhar o jogo das viagens mais afastadas” bem como o “jogo” de mercados como o americano, o brasileiro, o asiático e a América Latina.

“Se nós ganharmos este tipo de mercados, temos a consciência que vamos ter duas coisas: maior diversidade de oferta e menor sazonalidade”, defendeu.

“Depois da pandemia, cada vez vai haver mais turistas à procura de locais sem turistas e, portanto, isso só se resolve aumentando o território turístico, diversificando a oferta, e isso só se resolve se tivermos acesso a outro tipo de mercados que não o mercado tradicional do UK [Reino Unido], o alemão, o francês”, acrescentou o presidente da APAVT.


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