Autor: Lusa/AO online
Carlos Enes e Jorge Pereira, em requerimento enviado esta segunda-feira à mesa da Assembleia da República, recordam que a secretária de Estado Adjunta e da Defesa Nacional, Berta Cabral, declarou, em Ponta Delgada, estarem previstas “iniciativas de mitigação dos impactos negativos da redução militar que o Governo dos EUA pretende promover na Base das Lajes”.
No requerimento, dirigido ao ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, questiona-se a natureza dessas “iniciativas” e quais os ministérios que envolve, solicitando-se uma cópia da documentação referente à descrição e quantificação dos meios necessários para a implementação das mesmas.
“Foram as mesmas definidas em articulação com o Governo dos Açores e com a Câmara Municipal da Praia da Vitória? Se não, porque optou o Governo da República por excluir essas entidades da construção de tais medidas?”, questionam os deputados socialistas.
Os parlamentares insulares querem apurar, uma vez que “é um facto que a redução efetuada pelos EUA já está a ser concretizada, com consequências negativas que já se fazem sentir na economia da ilha Terceira”, quando pensa o Governo da República implementar esse seu plano.
“Causa estranheza esta atitude, dado que o Governo da República tem sido muito lacónico em relação às perguntas feitas pelos deputados. Mas, de um momento para o outro, escolhe outros interlocutores para divulgar as diligências e os planos que tem em vista, menosprezando o papel dos representantes dos portugueses na Assembleia da República”, declaram os deputados socialistas.
Os parlamentares socialistas com assento na Assembleia da República consideram que a reprovação pela maioria parlamentar PSD/CDS-PP da proposta do PS para a criação de um plano de revitalização da economia da ilha Terceira, “deixou a população terceirense bastante mais apreensiva em relação ao seu futuro”.
Os deputados do PS/Açores consideram que “a perplexidade aumentou quando a senhora secretária de Estado declarou em São Miguel que, no caso de os EUA levarem por diante os projetos de desativação previstos, o Governo da República teria um conjunto de iniciativas com vista a salvaguardar o impacto da redução”.