Açoriano Oriental
Presidente eleita da Ordem dos Médicos nos Açores quer relançar Plano Regional de Saúde

A recém-eleita presidente do Conselho Médico dos Açores da Ordem dos Médicos, Margarida Moura, defendeu a necessidade de o Governo Regional promover o relançamento do Plano Regional de Saúde.

Presidente eleita da Ordem dos Médicos nos Açores quer relançar Plano Regional de Saúde

Autor: Lusa/AO Online

“Queremos contribuir para que sejamos um parceiro ativo [na definição das políticas de saúde]. A Ordem quer ser parte da solução e não do problema. O Governo Regional tem que voltar a promover o desenvolvimento do Plano Regional de Saúde”, afirmou à agência Lusa Margarida Moura.

O Plano Regional de Saúde, criado pelo anterior governo socialista dos Açores, é um documento estratégico que "engloba recomendações, orientações e ações para maximizar os ganhos em saúde para toda a população da Região Autónoma dos Açores, tendo por base um processo de planeamento centrado nas necessidades de saúde identificadas na região".

A também antiga diretora clínica do Hospital de Ponta Delgada quer que todos colaborem na “promoção, definição e no planeamento das políticas de saúde” e preconiza a criação de três observatórios “em áreas bastante críticas”, tais como a saúde mental, doenças não covid-19 e pandemia.

Margarida Moura considera que, no âmbito da saúde mental, vivem-se momentos “particularmente complicados” e salvaguarda que se habita "numa região ultraperiférica e arquipelágica onde, de facto, os recursos diferenciados nesta área são escassos”.

Na área das doenças não covid-19, a recém-eleita presidente especifica que, “nos Açores, há semelhança do resto do país, houve um aumento da mortalidade”, uma vez que “com a pandemia houve muitos atos médicos que deixaram de ser realizados, aumentaram as listas de espera para consulta, cirurgias e exames complementares de diagnóstico”, sendo que os rastreios “têm que retomar a sua agenda”.

Margarida Moura aponta que, nos Açores, no âmbito do combate à pandemia da Covid-19, existem ilhas com e sem hospitais “com recursos humanos exíguos e respostas que nem sempre deixam muitos tranquilos” os médicos.

A responsável manifesta-se empenhada em “pugnar que os açorianos tenham uma medicina de qualidade e acesso aos cuidados de saúde”, tendo considerado “fundamental que nos Açores haja uma medicina preventiva, onde todo o euro que é gasto é poupado a longo prazo”.

“Algo que falta muito no Serviço Regional de Saúde é planeamento, nomeadamente nos recursos médicos. Nós temos uma carência muito preocupante em determinadas especialidades precisamente por não se ter feito um planeamento a dez anos , algo que pretendemos fazer”, declara Margarida Moura, que quer fixar jovens médicos nos Açores, algo que “tem sido difícil”.

A presidente do Conselho Médico dos Açores da Ordem dos Médicos quer que sejam dadas as estes profissionais “condições de trabalho para que sintam que são uma mais valia permanecerem no Serviço Regional de Saúde”, sendo necessário que, “quando o médico termina as suas provas públicas da especialidade, seja contratado até 30 dias depois”.

“Não podem terminar a especialidade e continuarem a desenvolver trabalhos como especialistas recebendo como internos de especialidade, o que é um fator para desmotivar e que tem feito com que muitos jovens médicos em vez de ficarem no Serviço Regional de Saúde terem ido para outras zonas do pais, o que é erro clamoroso”.

A responsável reivindica a abertura de vagas da especialidade “por forma a que haja a retenção de quadros médicos diferenciados na região”.


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