Autor: Lusa/AO Online
Fonte oficial da PJ esclareceu à Lusa que o oitavo detido é um empresário.
A operação visou também a execução de 43 mandados de busca domiciliárias e não domiciliárias, adiantou um comunicado da PJ ao início da tarde, no qual eram então referidas apenas sete detenções.
Em causa estão suspeitas da prática dos crimes de participação económica em negócio, recebimento ou oferta indevidos de vantagem, prevaricação e financiamento proibido de partidos políticos.
Os detidos, segundo a PJ, são autarcas, empresários, funcionários públicos, titulares de cargos políticos e de altos cargos públicos.
Duas das buscas foram efetuadas em sedes de municípios e quatro em secretarias regionais.
Segundo a mesma fonte, esta investigação foi desencadeada em 2020 pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção e pelo Departamento de Investigação Criminal da Madeira e incide “sobre condutas consideradas como criminalidade altamente organizada”.
Fonte judicial indicou também à Lusa que esta investigação está relacionada com as buscas e detenções efetuadas no início do ano, na ilha da Madeira, e que envolveram entre os suspeitos o presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, e o então autarca do Funchal, Pedro Calado.
“Em causa estão adjudicações efetuadas por entidades públicas regionais, através dos seus representantes, titulares de cargos políticos e funcionários, a sociedades controladas por um único indivíduo, bem como, com outras empresas geridas por pessoas com quem o mesmo tem relações de amizade, em violação das regras dos concursos públicos”, refere uma nota entretanto divulgada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
A mesma nota acrescenta que estão a ser investigados pelo menos 25 concursos efetuados entre 2014 e 2020, que totalizam mais de um milhão de euros (sem IVA).
“Investigam-se, igualmente, suspeitas de simulação de procedimentos e de empolamento de custos nos procedimentos adjudicados de forma a saldar dívidas de um partido político resultantes de campanha eleitoral”, indicou a PGR sobre um inquérito que corre termos no Departamento de Investigação e Ação Penal Regional de Lisboa e está sob segredo de justiça.
A operação denomina-se “AB INITIO” e mobilizou 110 elementos da PJ, quatro procuradores do Ministério Público, dois juízes do Tribunal Judicial do Funchal e seis elementos do Núcleo de Assessoria Técnica, indica a mesma informação da Polícia Judiciária.
Fonte judicial adiantou que os oito detidos vão ser ouvidos na Madeira para primeiro interrogatório judicial.