Zimbabué

Mugabe poderá mudar composição do governo

O jornal estatal do Zimbabué noticiou que o Presidente Robert Mugabe poderá mudar a composição do governo, que anunciou unilateralmente na semana passada, para tentar salvar o acordo de partilha do poder com a oposição.


O diário The Herald cita um responsável não identificado do partido de Mugabe, a União Nacional Africana do Zimbabué-Frente Patriótica (ZANU-PF), que afirmou serem possíveis compromissos.

    O Movimento para a Mudança Democrática (MDC, oposição) garantiu o Ministério das Finanças no governo de unidade no Zimbabué, mas ameaçou denunciar o acordo face à intransigência de Mugabe relativamente às mais importantes pastas governamentais.

    Mugabe já nomeou por decreto 14 ministros para ocupar as pastas mais importantes, tais como a Administração Interna, Defesa e Negócios Estrangeiros, deixando para o MDC a pasta das Finanças, que é essencial para resolver a grave crise económico-financeira e a inflação que atingiu os 231 milhões por cento ao ano.

    Fontes próximas dos negociadores disseram à Agência Lusa que, quando as delegações das duas facções do MDC e da ZANU-PF retomaram hoje de manhã as negociações, a sensação dominante era a de Tsvangirai não aceitará integrar um executivo cuja componente de segurança, particularmente a administração interna, esteja nas mãos da ZANU-PF.

    Em círculos do MDC (de Morgan Tsvangirai) são claras as preocupações relativamente a uma pasta que controla as forças policiais - e a repressão a elas associadas, que são um enorme obstáculo à democracia - e também a gestão dos cadernos eleitorais, nos quais se suspeita desde há muito existirem milhares de "eleitores-fantasmas" criados pelo regime da ZANU-PF nos últimos anos.

    O Presidente Robert Mugabe chegou quarta-feira atrasado às negociações por ter estado reunido com os seus colegas do Politburo (órgão máximo de decisão do partido) na sede da ZANU-PF em Harare, disse uma fonte, que pediu o anonimato, à Lusa.

    Segundo o acordo assinado entre as partes a 15 de Setembro na presença do mediador Thabo Mbeki (que participa nas sessões desta semana em Harare) as duas facções do MDC teriam o direito a mais um Ministério do que a ZANU-PF, mas o acordo não especificava que pastas seriam ocupadas por quem.

    Para observadores do processo, quer no Zimbabué, quer na África do Sul, Robert Mugabe aproveitou a demissão do mediador da presidência sul-africana para desfechar o golpe final nas expectivas do MDC e nomear unilateralmente o governo que na prática manterá o seu partido no poder durante mais cinco anos.

    "A capacidade de intervenção do mediador ficou claramente enfraquecida depois do seu próprio partido - o Congresso Nacional Africano (ANC) - o ter demitido da chefia do Estado, sendo pouco provável que Mugabe aceite neste momento conselhos de Thabo Mbeki", acrescentou a mesma fonte.
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