Açoriano Oriental
Governo açoriano diz que criou condições para aumentar preço do leite pago ao produtor

O secretário da Agricultura e Desenvolvimento Rural dos Açores defendeu que o Governo Regional criou as “condições políticas” para aumentar o preço do leite pago aos produtores, enquanto o PS criticou o “desinvestimento” no setor.

Governo açoriano diz que criou condições para aumentar preço do leite pago ao produtor

Autor: Lusa/AO Online

“Criámos condições políticas para possibilitar o aumento do preço do leite pago aos produtores”, afirmou António Ventura, no debate do Plano e do Orçamento para 2023, que está a decorrer na Assembleia Legislativa, na Horta.

O secretário regional realçou que o executivo de coligação PSD/CDS-PP/PPM implementou “políticas para a valorização dos agroalimentos”, afirmando que desde 2021 a região tem produzido “mais alimentos biológicos”, “mais leite biológico” e “mais frutas”.

O governante reforçou que tem existido “mais abate de gado”, o que assegurou um “preço mais justo pago aos produtores” de leite.

“A estratégia é simples: menos leite, mais preço, o que significa uma aproximação ao preço justo”, declarou.

Segundo dados recentes divulgados pela Federação Agrícola dos Açores, o preço do leite ao produtor nos Açores situa-se próximo dos 50 cêntimos, contra os 54 cêntimos do continente e 62 da média europeia.

António Ventura realçou que o atual executivo, que tomou posse em novembro de 2020, criou em todas as ilhas Perímetros de Ordenamento Agrário, que passaram de 16 para 23, o que "corresponde a 28% do território regional".

O secretário regional enalteceu a “maior taxa de execução de fundos comunitários” no programa Prorural+ e assegurou o pagamento na “totalidade dos apoios à perda de rendimento dos produtores” através dos programas POSEI e PEPAC.

António Ventura destacou ainda que a proposta de Plano para 2023 prevê investimentos nos matadouros do Pico e de São Miguel, e as construções de um novo matadouro em São Jorge e de um laboratório de análise e classificação de leite em São Miguel.

Do lado do PS, a deputada Patrícia Miranda alertou para o “desinvestimento na agricultura dos Açores” previsto na proposta de Orçamento para 2023, criticando o governo açoriano por “aumentar subsidiação em detrimento das políticas de fundo”.

Defendendo que os documentos orçamentais para 2023 não respondem aos “aumentos dos custos de produção na agricultura”, a deputada socialista criticou o executivo dos Açores por deixar ao “abandono” a limpeza dos caminhos agrícolas e a aposta nas infraestruturas do setor.

O deputado do PSD Marco Costa criticou os anteriores Governos Regionais do PS e destacou que o leite produzido na região está a ser pago aos “valores mais altos de sempre”.

O social-democrata vincou que os “agricultores dos Açores têm o gasóleo mais barato do país”, que é inferior em “cerca de 40 cêntimos” ao valor do gasóleo agrícola no continente.

A líder parlamentar do CDS-PP/Açores, Catarina Cabeceiras, criticou a ausência de propostas do PS e definiu a construção do matadouro de São Jorge como uma “obra estruturante” para a ilha.

A proposta de Orçamento dos Açores para 2023, de cerca de 1,9 mil milhões de euros, começou a ser debatida no plenário da Assembleia Legislativa Regional na segunda-feira, onde a votação final global deve acontecer na quinta ou na sexta-feira.


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