Autor: Lusa/AO Online
"Há aí empresas que recorrem ao 'lay-off' e, depois, ficam a dever 300, 400, 500 ou mesmo mil horas a trabalhadores, obrigados a aceitar horas extraordinárias em regime de "banco de horas", ou seja, «trabalhas agora e eu dou-te as horas depois no 'lay-off'»", declarou, Adão Mendes coordenador do organismo.
O dirigente sindical falava à agência Lusa no final da manifestação de trabalhadores que se realizou junto do edifício local da Segurança Social.
A iniciativa juntou, segundo a organização sindical, cerca de 700 pessoas.
Adão Mendes lamentou que as empresas - casos da Jade Ibéria e da Fhest Componentes de Braga - "ganhem dinheiro à custa dos trabalhadores com o 'lay-off', usando depois o sistema de «banco de horas», sem que a Segurança Social e a Autoridade para as Condições de Trabalho actuem para acabar com a fraude".
A manifestação decorreu sob o lema "A sustentabilidade da Segurança Social não pode ser feita à custa das pensões", disse hoje fonte sindical.
Os manifestantes disseram "não à degradação das pensões" e pediram "respostas para os problemas das pessoas idosas dependentes".
A manifestação - acrescentou - serviu, ainda, para protestar contra a flexibilização e a desregulação, a destruição da contratação colectiva e a diminuição das retribuições pelo trabalho".
"Os trabalhadores minhotos estão submetidos a uma situação vergonhosa e humilhante", disse, adiantando que a actual situação de crise se deve "à falta de rigor do perfil de desenvolvimento adoptado, além da precariedade e dos baixos salários".