Autor: Lusa/AO Online
“Tem-se muito a imagem de que é uma atividade rica, onde se ganha muito dinheiro, mas isso não corresponde à verdade”, garantiu o vice-presidente da Associação Nacional de Farmácias, em declarações à Lusa, à margem do Congresso Mundial de Farmácias, a decorrer em Lisboa.
De acordo com João Silveira, depois de um período de “alguma estabilidade económica”, as farmácias vivem hoje uma fase de “alguma degradação da situação financeira”, para a qual contribuíram vários fatores.
“Desde a baixa de preços dos medicamentos, desde a baixa de margem que agora foi recuperada, mas que durante quatro anos parte dela foi transferida para a indústria, a saída de medicamentos não sujeitos a receita médica para fora das farmácias, a abertura daquelas mega farmácias, vão sendo mossas que vão afetando a actividade”, considerou o dirigente da ANF.
“Tudo isto acumulado vai trazendo problemas e, de facto, os indicadores económicos e financeiros das farmácias em geral têm vindo a degradar-se”, acrescentou.
No bolo entra também, segundo João Silveira, a relação com os fornecedores, que “deixaram de ser financeiramente tão saudáveis”, mas que admite ser consequência de “uma política que tem desfavorecido claramente e atacado as farmácias”.