Açoriano Oriental
Vinicultura
Críticos estrangeiros elogiam castas da Região do Dão

 A Região do Vinho do Dão é vista por conceituados críticos estrangeiros como sendo “uma das mais interessantes de todo o mundo”, considerando-a a “Arca de Noé das castas”.

Críticos estrangeiros elogiam castas da Região do Dão

Autor: Lusa/AO online

O jornalista americano Paul White sustenta que “não há outra região no mundo que tenha mais castas desconhecidas que o Dão”. Segundo ele “o Dão é a arca de Noé das castas”, numa alusão à enorme variedade nesta região vitícola portuguesa. Já o perito inglês Charles Metcalfe destacou a região do Dão como sendo uma das suas preferidas, “por causa da acidez que os vinhos revelam”. Aponta que se trata de "um vinho que se pode beber agora, ou daqui a 30 anos". E conclui que "não há muitas regiões no mundo com vinhos com esta capacidade de longevidade”. Estes dois especialistas marcaram presença no evento “Dão – The Next Big Thing”, que decorreu hoje no Clube de Viseu. Paul White chamou também a atenção para o facto de a Região do Vinho do Dão estar a atravessar uma mudança provocada pelo desaparecimento das cooperativas. No seu ponto de vista, as cooperativas provocaram uma separação entre o cultivo da vinha e a produção do vinho e, com esta mudança “os produtores estão a redescobrir esta terra”.  Paul White aponta os solos graníticos como um dos principais factores para que “o vinho do Dão tenha uma frescura natural e uma boa acidez”. Para além disso, “também os montes e os rios protegem as vinhas, permitindo a frescura do vinho, o baixo teor de álcool e uma maior acidez”, acrescenta. Refere que em outras regiões do mundo e até de Portugal, os vinhos têm 14,5 ou 15 graus, enquanto que “no Dão há excelentes vinhos a partir de 13 graus”. Tal característica fica a dever-se “à combinação do solo excelente, com o clima e o facto de serem os produtores a trabalharem as próprias uvas”. O crítico americano sustenta ainda que atualmente “as pessoas no mundo estão cansadas das mesmas castas, nomeadamente a Chardonnay ou Sauvignon Blanc, e agora procuram coisas novas. “Em Portugal há novos sabores e castas. No caso do Dão, há ainda mais novos sabores e castas”, frisou. De acordo com a organização, este evento surge da necessidade de “fazer sair os vinhos do Dão da redoma, para que possam ser descobertos”. A iniciativa foi promovida pela Quinta da Boavista, Quinta de Carvalhais, Casa de Darei, Quinta da Bica, Quinta dos Roques, Quinta da Fonte do Ouro, Quinta da Pellada e Quinta de Vale das Escadinhas. O evento “Dão – The Next Big Thing” reuniu seis jornalistas estrangeiros de renome do setor dos vinhos e uma série de bloger’s portugueses.

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