Açoriano Oriental
Covid-19
CDS acusa Governo Regional de "laxismo" na preparação para a covid-19

O líder do CDS-PP/Açores, Artur Lima, acusou este sábado o Governo Regional de “laxismo” na preparação da segunda vaga da covid-19, alegando que o executivo não implementou as recomendações apresentadas pelos centristas em maio.

CDS acusa Governo Regional de "laxismo" na preparação para a covid-19

Autor: AO Online/ Lusa

“No dia 29 de maio mandámos ao senhor presidente do governo um programa para uma saída segura da pandemia. O nosso primeiro e prioritário tópico era capacitar o Serviço Regional de Saúde. Julgo que houve algum laxismo durante este tempo, de maio até agora, e receio que não tenhamos feito tudo o que era necessário”, referiu, em declarações à Lusa.

Artur Lima, que é cabeça de lista do CDS-PP pelos círculos eleitorais da ilha Terceira e da compensação às eleições regionais, participou hoje numa ação de campanha junto ao Centro de Saúde das Velas, na ilha de São Jorge, acompanhado pela cabeça de lista por aquela ilha, Catarina Cabeceiras, e pelo líder nacional do partido, Francisco Rodrigues dos Santos.

O líder regional centrista frisou que o partido não fez “propaganda eleitoral” com a covid-19, mas propôs “a tempo e horas” medidas para combater a pandemia.

Artur Lima acusou o Governo Regional socialista de não ter reforçado a deslocação de médicos especialistas às ilhas sem hospital, como é o caso de São Jorge, e de não ter resolvido os problemas das listas de espera cirúrgicas e da fixação de médicos.

Por outro lado, criticou a falta de valorização das carreiras dos técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica, dos farmacêuticos e dos enfermeiros, e o atraso no pagamento “do que é devido aos médicos desde 2018”.

“Queremos ter profissionais de saúde motivados para enfrentar a segunda vaga da pandemia e não gente desmotivada e sobretudo gente em situações de desigualdade, que cria depois iniquidades no serviço e no tratamento aos doentes”, salientou.

O líder do CDS/Açores lamentou ainda que o executivo açoriano não tenha “intensificado a formação em emergência médica e em suporte avançado de vida”, como o partido propôs.

“Não basta comprar 80 ventiladores, é preciso ter no mínimo 160 profissionais para trabalharem com eles”, alertou.

Os centristas concentraram-se hoje junto ao Centro de Saúde das Velas, cujas obras de requalificação, previstas desde 2015, arrancaram no início do ano, mas estão paradas há pelo menos dois meses.

“Consideramos o que se está a passar no Centro de Saúde das Velas um desrespeito para com os jorgenses”, sublinhou Catarina Cabeceiras, alegando que as pessoas estão a trabalhar no local sem as devidas condições e os utentes são atendidos em “condições desumanas”, num edifício com “plásticos nas janelas”, “cheio de humidade e ventos cruzados”.

A cabeça de lista do CDS por São Jorge, que foi eleita há quatro anos, acusou o PS de visitar a ilha, com regularidade, em “propaganda eleitoral”, sem responder aos principais problemas da população.

“Não é vir aqui pedir votos e dizer que está tudo bem, quando na saúde estamos sem saber o que nos vai acontecer, com o inverno à porta e a viver este estado de pandemia”, acusou.

As legislativas dos Açores decorrem em 25 de outubro, com 13 forças políticas candidatas aos 57 lugares da Assembleia Legislativa Regional.

No arquipélago, onde o PS governa há 24 anos, existe um círculo por cada uma das nove ilhas e um círculo de compensação, que reúne os votos não aproveitados para a eleição de parlamentares nos círculos de ilha.

Nas anteriores legislativas regionais, o CDS foi a terceira força política mais votada, elegendo um deputado por São Jorge, um pela ilha Terceira e dois pela compensação.


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