Depois do Campeonato Regional das Profissões, que no passado mês de janeiro juntou mais de 100 alunos açorianos na Escola Profissional da Praia da Vitória, os Açores trouxeram do campeonato realizado a nível nacional, em Portimão, um total de 16 medalhas, entre elas oito de ouro, uma de prata e outra de bronze; contando ainda com cinco medalhas de excelência e uma de melhor concorrente por região.

Um dos premiados com medalha de ouro foi Nelson Ponte, aluno do segundo ano do curso de Programador de Informática na EPROSEC, que concorreu na área de Desenvolvimento de Aplicações para Dispositivos Móveis.

Embora seja um grande interessado na forma como a programação permite resolver problemas, este estudante refere que a preparação para o campeonato foi exigente, uma vez que, em cerca de três semanas, teve que se dedicar a “uma tecnologia à qual não estava acostumado” e com a qual teria que trabalhar entre “alguns dos melhores competidores” do país.

A prova na qual teve a oportunidade de “mostrar as suas habilidades” consistiu na criação de uma aplicação que gera chaves do Euromilhões.

Para este jovem, a medalha de ouro alcançada significa “que tudo é possível” e que “não há limites para alcançar o que queremos quando nos dedicamos”, esperando que, em setembro de 2023, lhe seja possível participar no Campeonato Europeu das Profissões, na Polónia, ou até no Campeonato Mundial das Profissões, que irá ter lugar em França, em 2024.

Entretanto, Nelson Ponte espera continuar na área e ingressar no ensino superior, equacionando a possibilidade de começar, nos Açores, o seu próprio negócio na área da programação.

Entre os medalhados está também Gonçalo Lizandro, aluno da ENTA que concluiu recentemente o curso de nível IV de Técnico de Informática, Instalações e Gestão de Redes.
Depois do campeonato regional, o jovem estudante refere que ficou entusiasmado com a possibilidade de participar no concurso nacional, no qual participou com a expectativa de “dar o seu máximo”.

Tendo representado os Açores na área de Cibersegurança, Gonçalo Lizandro refere que as provas em que participou diziam respeito à defesa do servidor, com o objetivo de o proteger “de ataques que pudessem vir a acontecer”. O último módulo da prova passava por descobrir as vulnerabilidades de uma máquina e por “conseguir acesso de administrador” na mesma.

Quanto ao futuro, pretende continuar estudos, embora não tenha ainda decidido se no ensino profissional ou no ensino superior.

Lino Pacheco foi outro dos estudantes medalhados, sendo também aluno na ENTA, onde se encontra a tirar o curso de Cibersegurança no nível V. No Campeonato Nacional competiu na área de Cloud Computing, cuja prova consistiu na interligação de “várias empresas em nuvem, facilitando o processo de gestão das mesmas.

Por gostar tanto da área de Cibersegurança, este estudante espera que seja possível participar no Campeonato Europeu das Profissões, até porque o facto de ter trazido uma medalha para os Açores o deixa “seguro em relação às suas competências” nesta profissão. No futuro, gostaria de ingressar no ensino superior e pretende aproveitar as oportunidades profissionais que surgirem, seja dentro ou fora da Região.

Ricardo Figueira, formado no Curso Técnico de Apoio à Gestão, com equivalência ao nível IV, conquistou para os Açores não só uma medalha de ouro na área de Contabilidade e Gestão, mas também a medalha de Melhor concorrente por região, sendo por isso o melhor concorrente dos Açores.

Para este estudante da EPROSEC, a conquista destas medalhas significa uma grande realização pessoal e profissional, tendo em conta que “conseguiu provar as suas capacidades profissionais” e, ao mesmo tempo, projetar os Açores no panorama nacional”.

Esta foi a terceira vez que Ricardo Figueira participou no Campeonato Nacional das Profissões, uma vez que estas provas fazem parte da cultura da escola onde estudou, destacando desta experiência a “mais-valia” que é em termos de crescimento pessoal e profissional.

A prova de Contabilidade e Gestão que lhe garantiu ambas as medalhas consistiu em cinco módulos, explica, onde são colocados à prova conhecimentos relacionados com softwares específicos da área, ou tarefas como processamento de vencimentos, bases de dados ou classificação de documentos contabilísticos, entre outros, concluindo com o encerramento de contas.

Embora gostasse da possibilidade, Ricardo Figueira não poderá participar no Campeonato Europeu das Profissões, uma vez que o mesmo não abrange a profissão de contabilista. Espera, porém, que “a Região se faça representar, porque já provou que consegue formar grandes profissionais em diversas áreas”.

Embora não estivesse nos seus planos, o jovem salienta que, “com as conquistas” que vem a conseguir ao longo dos anos, vê a possibilidade de se candidatar à licenciatura de Gestão na Universidade dos Açores, partilhando ainda que gostaria de ingressar também na Ordem dos Contabilistas Certificados.