Autor: Lusa/AO online
“Percebemos hoje que vão haver novos cortes”, salientou, em conferência de imprensa, a deputada do BE Ana Drago, considerando que “tudo indica que esses 500 milhões vão de novo recair em cortes nas prestações sociais, nos apoios sociais aos mais pobres, aos pensionistas, aos trabalhadores, uma nova angariação de receitas àqueles que já têm sustentado a crise do país nos últimos anos”. Ana Drago realçou que, através deste acordo, o PSD “aceitou aquilo que eram as linhas gerais do Orçamento apresentado pelo Governo”, mantendo “todos os aspetos que eram extremamente gravosos e anunciavam um ano muito difícil em 2011 com uma repartição de sacrifícios absolutamente injusta”. “Mantém-se os cortes salariais para a função pública, os cortes sociais, no abono de família, nas comparticipações dos medicamentos, no congelamento de pensões”, destacou. A deputada adiantou ainda que, na discussão do OE na especialidade, o Bloco vai insistir em “políticas alternativas que permitem reduzir o défice e cortar naquilo que são as despesas não necessárias do Estado”. “Uma das quais é a questão dos benefícios fiscais das grandes empresas, nomeadamente as empresas que apresentam lucro acima dos 75 milhões de euros, que são abrangidas exatamente por estes benefícios fiscais”, realçou, acrescentando que o corte estabelecido pelo Bloco “permitiria angariar cerca de mil milhões de euros”. O BE pensa ainda propor um conjunto de cortes, “nomeadamente nos serviços de consultadorias”, por considerar que o Governo “não precisa de gastar 600 ou 700 milhões de euros em consultadorias externas”, acrescentou. Um acordo entre o Governo e o PSD alcançado sexta feira à noite permitirá a viabilização do Orçamento do Estado para 2011, cuja discussão na generalidade começa terça feira, dia 02. De acordo com o ministro das Finanças, este acordo custará 500 milhões de euros ao orçamento, de forma que o Governo irá fazer chegar à Assembleia da República as "medidas adicionais necessárias" para neutralizar esse efeito.