José Manuel Durão Barroso falava numa conferência de imprensa após uma cerimónia no hemiciclo de Estrasburgo para assinalar o centenário do Dia Internacional da Mulher, que o presidente da Comissão disse que só poderá ser devidamente celebrado quando forem totalmente eliminadas as muitas desigualdades ainda existentes.
Considerando “simplesmente intolerável” o fosso salarial ainda existente entre homens e mulheres, o presidente da Comissão disse que “há muitos mais exemplos que mostram que ainda muito tem de ser feito para haver realmente razões para celebrar o Dia da Mulher”, e sustentou que o executivo comunitário está “na linha da frente da luta da igualdade de géneros”.
Afirmando-se “orgulhoso” por o seu executivo contar com nove mulheres entre os 26 comissários – o que “não sendo um equilíbrio completo, é um progresso” face à situação que se verificava há alguns anos -, Durão Barroso revelou as resistências que encontrou das capitais para indicar mulheres para Bruxelas.
“Relativamente à composição da Comissão, eu pessoalmente instei os estados-membros a alcançar uma representação equilibrada entre homens e mulheres no novo colégio. Devo dizer-lhes que não foi nada fácil. Dar-lhes-ei os detalhes nas minhas memórias sobre o quão difícil foi convencer certos governos a apresentar mulheres candidatas para este trabalho”, disse.
Na sua intervenção, Durão Barroso evocou ainda “a luta corajosa das jovens mulheres do norte de África que, ao lado dos homens, estão agora a fazer tudo para resistir às ditaduras e a estabelecer democracias”.
