Autor: AO/Rui Jorge Cabral
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) informou hoje que aerossóis sulfato do vulcão de Cumbre Vieja, nas Canárias, atingiram os Açores, causando uma “redução significativa da visibilidade horizontal” nas ilhas dos grupos Central e Oriental, numa neblina que se acentuou com a elevada humidade.
Em comunicado, o IPMA explica que “na sequência da erupção do vulcão de Cumbre Vieja, desde o passado dia 19 de setembro de 2021, têm sido emitidos gases e partículas para a atmosfera os quais são transportados a longas distâncias. De acordo com os resultados das previsões do serviço de monitorização atmosférica do programa Copernicus (CAMS), algumas dessas partículas terão chegado ao arquipélago dos Açores sob a forma de aerossol sulfato”.
Conforme refere o IPMA, “este evento é também confirmado pela análise de trajetórias retrógradas do modelo americano HYSPLIT (GFS)”.
O IPMA explica também que “o aerossol sulfato resulta da reação em fase líquida do dióxido de enxofre com a água, constituindo pequenas partículas líquidas, que servem de núcleos de condensação e podem ser transportadas pelo vento. Essas partículas possuem também propriedades óticas que contribuem para uma maior dispersão da luz e, consequentemente, provocam uma redução da visibilidade”.
E acrescenta que “desde o passado dia 29, as observações do IPMA confirmam uma redução significativa da visibilidade horizontal por estas partículas nos grupos Central e Oriental dos Açores, que deverão encontrar-se principalmente numa camada abaixo dos 800 metros de altitude”.
Por fim, o IPMA explica que “a elevada humidade relativa nesta Região terá acentuado este efeito, aumentando o tamanho das partículas e diminuindo o seu índice de refração. De momento não existem medidas da concentração destas partículas, mas as previsões apontam para concentrações específicas entre 0.8 e 10 µg/kg” (microgramas/quilo).