Autor: Lusa/AO online
"É um handicap negativo, o facto de sermos ilhas. Traz-nos dificuldades acrescidas, mas é também um trabalho mais aliciante", reconheceu.
Neto Viveiros falava aos jornalistas no final da primeira reunião do grupo de trabalho que vai elaborar o Plano Regional para as Alterações Climáticas, que juntou, na cidade da Horta, técnicos dos departamentos do Governo açoriano e representantes do Laboratório Regional de Engenharia Civil e da Proteção Civil.
Segundo explicou, este grupo de trabalho vai preparar um caderno de encargos que será depois lançado a concurso público internacional, para a elaboração do plano, que o Governo Regional espera que esteja concluído dentro de ano e meio.
"Pretendemos definir estratégias para mitigar esses efeitos negativas das alterações climáticas, no sentido de termos uma região cada vez mais segura e protegida destes fenómenos extremos que, de quando em vez, ocorrem", sublinhou Neto Viveiros.
O secretário regional dos Recursos Naturais lembrou que este grupo de trabalho terá como documento base o estudo elaborado pelo professor universitário Brito de Azevedo, que coordenou, a convite do executivo dos Açores, a Estratégia Regional para as Alterações Climáticas.
O estudo considerava "expectável um aumento da temperatura do ar entre 1 a 2 graus nos Açores" e um eventual aumento de "dias de verão" e de "noites tropicais", bem como uma diminuição da precipitação e uma maior probabilidade de "fenómenos meteorológicos extremos".
"Atendendo à tendência do aumento da temperatura superficial do oceano, estão criadas as condições para que as tempestades de origem tropical subam mais no Atlântico, atingindo com mais frequência e maior virulência a latitude dos Açores", lê-se no documento.
Para financiar os projetos que serão realizados no âmbito deste grupo de trabalho sobre as alterações climáticas, o Governo Regional já inscreveu nos planos de atividade de 2015 e 2016 mais de 600 mil euros destinados a estas áreas.