Açoriano Oriental
Sindicato de professores admite greve regional nos Açores

O Sindicato dos Professores da Região Açores (SPRA) admitiu hoje a possibilidade de avançar com uma greve a nível regional, caso o executivo açoriano não aceite negociar a recuperação dos anos de serviço congelados

Sindicato de professores admite greve regional nos Açores

Autor: LUSA/AO online

"O SPRA está a ponderar a possibilidade de termos aqui um percurso de luta a nível regional, porque o nosso interlocutor é o Governo Regional", adiantou António Lucas, presidente do sindicato, numa conferência de imprensa, em Angra do Heroísmo.

Segundo o sindicalista, os professores dos Açores vão juntar-se à greve nacional agendada para a próxima quarta-feira para protestar pelo facto de o Orçamento do Estado para 2018 não prever a contagem de sete anos de carreira congelados, entre 2011 e 2017, mas admitem-se outras manifestações de âmbito regional.

"O sinal que nós temos até agora é que o Governo Regional quer ver se passa pelos pingos da chuva. Está a remeter todas estas questões para a República e para o Orçamento do Estado. Vão deixando escapar que o que for feito a nível nacional será replicado cá", salientou.

António Lucas frisou que o Governo Regional tem autonomia para tomar uma decisão diferente nos Açores, como já o fez em anos anteriores.

"No primeiro congelamento, que ocorreu entre agosto de 2005 e o fim de 2007, conseguimos a recuperação desse tempo, embora de forma faseada", lembrou.

No passado dia 27 de outubro, o sindicato entregou na presidência do Governo Regional uma petição com 2.400 assinaturas a reivindicar que o tempo congelado seja contabilizado e pediu, no dia 30 de outubro, uma reunião com o presidente do executivo açoriano, mas até à data não obteve resposta.

"Estamos a ponderar seriamente a possibilidade de, no dia 15, fazermos uma concentração de professores junto ao Palácio de Santana [presidência do Governo Regional] e outra junto da secretaria regional da Educação e Cultura", adiantou António Lucas.

O SPRA solicitou também reuniões com os partidos com representação no Parlamento açoriano e admitiu uma concentração de professores junto ao parlamento, aquando da discussão do Orçamento da região para 2018, que ocorrerá entre os dias 28 e 30 de novembro.

Se não houver cedências ou a predisposição para a negociação, o sindicado poderá mesmo avançar com a convocação de uma "greve regional", o que só terá acontecido uma vez nos Açores.

"Até estaríamos na perspetiva de fazer acordos para além da legislatura", frisou o sindicalista, alegando que apresentará propostas de faseamento da recuperação dos sete anos congelados.

Para já o sindicato está a apelar aos professores para que façam greve a 15 de novembro e espera uma elevada adesão.

"Adquirindo o conhecimento sobre o que está em causa, estamos convencidos de que eles vão dar uma resposta de acordo com o que o Governo merece, que é uma resposta contra este conjunto de malfeitorias que resultam deste Orçamento do Estado para 2018", apontou o presidente do SPRA.

Os docentes dizem-se penalizados por não terem atualizações salariais desde 2009 e por não conseguirem atingir os salários mais altos da carreira, por via dos congelamentos e de normas transitórias das carreiras.

"A conjugação destes dois fatores leva a que a esmagadora maioria dos professores não só não chegue ao topo da carreira, em tempo útil da sua vida profissional, como não chegue ao último terço da carreira, que são curiosamente os escalões de maior valorização salarial", alertou.

Também o Sindicato Democrático dos Professores dos Açores (SDPA) admitiu hoje convocar greve, a partir de janeiro, na eventualidade de não ver reconhecidas as reivindicações ao nível da carreira docente, que alegam ter sido penalizada pelas últimas alterações ao estatuto.


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