"Os fundos comunitários devem ser destinados à iniciativa privada e deixar de ser tanto destinados à iniciativa pública", afirmou António Ventura, numa conferência de imprensa em Angra do Heroísmo, defendendo que se deve premiar a criatividade das empresas e a "manutenção e criação de emprego".

António Ventura, que é também vice-presidente do PSD/Açores, salientou que a Terceira "está numa situação social difícil", enumerando um conjunto de indicadores com níveis "próprios de países subdesenvolvidos", como a taxa de mortalidade infantil, que é de 3,4 por cento, quando a média regional é de 2,9 por cento, ou o índice de envelhecimento, que atinge 90,01 por cento, contra 74,6 por cento da média na região.

O presidente da Comissão Política de Ilha do PSD considerou que os indicadores "comprovam que esta não é uma crise exclusivamente importada", recordando que os Açores receberam, entre 1995 e 2006, 7.617 euros per capita da União Europeia, ou seja, "mais 2.300 euros do que a Madeira e mais do dobro de qualquer outra região ultraperiférica".

António Ventura acusou o executivo regional socialista de investir na ilha Terceira de uma "forma descoordenada", sem um "plano estratégico", considerando que algumas das obras em curso estão "sobredimensionadas".

Nesse sentido, defendeu uma diferente utilização dos fundos comunitários, bem como a aposta no mercado interno, a descida das tarifas aéreas, a melhor circulação e frequência dos transportes aéreos e marítimos e um corte no tamanho e nos gastos do Governo Regional.