Autor: Lusa/AO Online
O seminário de apresentação do projeto sistema estatístico nacional sobre igualdade de género decorre durante o dia de hoje, sendo um trabalho que tem como objetivo rever a Base de Dados de Género do INE para disponibilizar um sistema de informação abrangendo várias dimensões da desigualdade entre homens e mulheres.
Além da revisão da base de dados, o projeto inclui a realização de um inquérito à fecundidade e o desenvolvimento de um relatório sobre a metodologia a adotar num futuro inquérito ao uso do tempo.
Sérgio Bacelar, técnico superior do INE, explicou que o dossier de género já existe há algum tempo e que o objetivo da revisão que está a decorrer é o atualizar o conteúdo da base de dados, aumentando a abrangência e, se possível, aumentando a desagregação territorial dos indicadores para acompanhar as medidas de política, nomeadamente a estratégia para a igualdade e não discriminação 2018-2030.
Segundo o responsável, é preciso que se mantenha a comparabilidade dos dados, ao mesmo tempo que se identificam lacunas e se pensa em melhorias face à situação atual, revelando que o fim do projeto só está previsto para julho de 2022.
A secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade, que esteve no encerramento da sessão da manhã, apontou que se trata de um projeto ambicioso e decisivo para a definição de políticas públicas e defendeu que a revisão da base de dados era urgente.
“Este projeto tem potencial transformador muito forte e muito promissor. Articula-se de forma muito estreita com as nossas políticas públicas nacionais, mas também com aquilo que são as orientações internacionais nestas matérias”, sublinhou Rosa Monteiro.
Na opinião da secretária de Estado, trata-se de um projeto que faz ainda mais sentido em contexto de crise pandémica, já que foi demonstrada a importância de haver dados estatísticos rigorosos em matéria de igualdade entre homens e mulheres.
Rosa Monteiro sublinhou que a urgência desta ferramenta também é justificada pelo facto de a Comissão Europeia ter determinado aos Estados membros que incluam nos seus planos nacionais de recuperação e resiliência perspetiva de género.
“Isto só se faz se tivermos dados desagregados e conseguirmos monitorizar impactos da crise e das medidas de política pública no combate a estas desigualdades de género”, disse, apontando que são precisos dados administrativos desagregados e informação estatística rigorosa.