Autor: Lusa
Segundo o dirigente Vítor Silva, o documento hoje apresentado em conferência de imprensa, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, é “enquadrador das reivindicações centrais” dos trabalhadores açorianos.
Como principais reivindicações para 2025, a CGTP-IN/Açores apresenta o aumento do Acréscimo Regional ao Salário Mínimo Nacional de 5% para 10% “considerando o diferencial do custo de vida entre os Açores e o continente”.
“Este aumento de 5 para 10% seria uma forma de combater a pobreza e de tirar os Açores da cauda da pobreza de todas as tabelas que são publicadas ano após ano”, justificou Vítor Silva.
É também defendido o aumento salarial de 15%, num mínimo de 150 euros, “para todos os trabalhadores”, com efeitos a 01 de janeiro de 2025, e o aumento da remuneração complementar para 100 euros.
“A redução do período normal de trabalho máximo para as 35 horas semanais, sem o aumento da jornada diária e sem redução da retribuição, para todos os trabalhadores”, é outra das propostas que a CGTP-IN/Açores inclui no seu caderno reivindicativo para o próximo ano.
A central sindical sugere também a fixação de preços máximos nos bens e serviços públicos essenciais (água, eletricidade, gás, combustíveis e transportes) para aliviar famílias e empresas, que seja dada “prioridade absoluta” à criação e manutenção de emprego, bem como a “necessidade imediata” da criação e aplicação de um Plano de Combate à Precariedade na região que considere o princípio “de que a cada posto de trabalho permanente tem de corresponder um vínculo efetivo”.
Segundo o porta-voz da CGTP-IN/Açores, a situação laboral e social na região “não é como muitos a pintam”, alegando que “as pessoas sentem os problemas na pele”.
O contexto económico, social e político em que se desenvolverá a luta pela concretização das reivindicações dos trabalhadores em 2025 “será particularmente exigente”, disse o sindicalista.
Para a CGTP-IN/Açores, o aumento geral de todos os salários assume-se “como a questão central” e “absolutamente determinante para garantir o direito à satisfação das necessidades do dia-a-dia dos trabalhadores e das suas famílias e proporcionar-lhes uma vida digna”.
Nas reivindicações estão também “a garantia da qualidade e o reforço das funções sociais do Estado e dos serviços públicos, como condição fundamental para dar resposta aos direitos dos trabalhadores e das populações, constitucionalmente consagrados, para desenvolver a região e promover a coesão social e territorial”.
O caderno reivindicativo hoje divulgado vai ser entregue a diversa entidades e aos partidos políticos da Região Autónoma dos Açores.