Açoriano Oriental
Cáritas pretende alargar cobertura em São Miguel

Instituição está presente em quase todos os concelhos da ilha de São Miguel, mas a sua ajuda não chega ainda a várias freguesias. E vêm aí “tempos difíceis”, como alerta o diretor técnico da organização ligada à Igreja

Cáritas pretende alargar cobertura em São Miguel

Autor: Paulo Faustino

A Cáritas de São Miguel pretende alargar a sua rede de núcleos para assegurar a cobertura de toda a ilha no que toca ao apoio aos mais desfavorecidos.

Durante os últimos 15 anos, a instituição expandiu a sua presença, através de 11 núcleos, a várias freguesias e a quase todos os concelhos de São Miguel, com exceção do Nordeste, onde - praticando a ação social e caritativa nas paróquias - identifica os casos complicados e ajuda a satisfazer as necessidades básicas das famílias.

Apesar dessa presença, a verdade é que a Cáritas não tem conseguido fazer chegar a sua ajuda a toda a ilha, o que faz aumentar as preocupações num momento de crise em que há mais pessoas com dificuldades por falta de emprego, perda de rendimentos e menor poder de compra.

“Os núcleos são, digamos, pontos avançados da Cáritas na identificação das problemáticas sociais locais que se vão deparando. Uma vez que, neste momento, nem todos os núcleos Cáritas conseguem cobrir a totalidade de São Miguel, é intenção desta instituição e da sua direção de alargar esta rede de cobertura de núcleos Cáritas - os tais núcleos paroquiais - no sentido de efetivamente cobrir as necessidades de toda a ilha”, sublinha o diretor técnico da organização ligada à Igreja.

Atualmente, a Cáritas de São Miguel está presente em Ponta Delgada, Lagoa, Ribeira Grande, Vila Franca do Campo e Povoação, mas, mesmo nesses concelhos, há freguesias que não beneficiam dos seus apoios.

Assim, a instituição pretende envidar esforços nos próximos meses, em articulação com as paróquias, no sentido de serem criados novos núcleos que possam dar resposta a todas as necessidades da população micaelense. “Isto porquê? Avizinham-se tempos difíceis, tempos que a nível social poderão trazer muitas dificuldades às famílias e nada melhor do que termos esses pontos avançados nas freguesias para identificação dos casos mais complicados. Só assim é que podemos depois atuar com mais algum rigor”, afirma.

Filipe Machado reconhece a implantação no terreno de outras instituições como os Vicentinos e as misericórdias, “que também fazem um trabalho muito similar e meritório”. “E nós também não queremos duplicar esforços. Queremos é identificar quais são as freguesias que estão mais necessitadas desse apoio a nível social e caritativo que certamente surgirá nos próximos tempos, em função da conjuntura atual”, sustenta.

Recorde-se que o Serviço Diocesano da Pastoral Social vai realizar no Dia Mundial dos Pobres, que se comemora a 13 deste mês, uma reunião com todos os agentes da pastoral social da ilha Terceira, com vista à “otimização” dos apoios da Igreja aos mais desfavorecidos, em cada comunidade local, no conjunto das 165 paróquias açorianas.

Em declarações ao Sítio Igreja Açores, a socióloga Piedade Lalanda, responsável pelo serviço diocesano, deixou claro que o grande desafio é “otimizar estes recursos, onde eles existam, e criar novos impulsos na dinâmica social das comunidades”, não escondendo que a Cáritas e os Vicentinos “fazem muito, mas há alguns lugares onde nem esta realidade ainda existe”.


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