Autor: Lusa/AO Online
“As informações vindas de Gaza mostram repetidamente que a violência e o sofrimento continuam a ser a única realidade para centenas de milhares de civis inocentes”, frisou Borrell, na rede social X.
O diplomata espanhol acrescentou que a “terrível notícia deve ser investigada de forma independente, de acordo com a última ordem do Tribunal Internacional de Justiça”.
“Um cessar-fogo duradouro é a única forma de proteger os civis e conseguir a libertação imediata de todos os reféns. Ambos os lados devem agora chegar a acordo sobre o plano trifásico dos Estados Unidos”, acrescentou o alto representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança.
O Exército israelita confirmou o bombardeamento esta quarta-feira à noite da escola e argumentou que esta albergava no seu interior "terroristas do Hamas", incluindo membros das forças do grupo islamita palestiniano que levaram a cabo os ataques em território israelita de 07 de outubro de 2023.
As forças israelitas divulgaram mais tarde os nomes de nove altos responsáveis do Hamas e Jihad Islâmica que alegadamente foram mortos no ataque de quarta-feira à noite.
“Alguns destes terroristas participaram no ataque de 07 de outubro e planeavam ataques iminentes a partir daquela escola da UNRWA”, frisou Daniel Hagari, o principal porta-voz das Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês), durante numa videoconferência.
Daniel Hagari insistiu que o ataque foi dirigido apenas “contra três salas” desta escola, onde, denunciou, estavam entre 20 e 30 milicianos escondidos.
Estes elementos do Hamas e Jihad Islâmica utilizavam o complexo como uma "base operacional avançada para lançar ataques contra as forças israelitas".
O Hospital dos Mártires de Al-Aqsa, localizado em Deir al-Balah, no centro da Faixa de Gaza, enclave controlado pelo movimento islamita palestiniano Hamas, reviu esta quinta-feira à noite o número de mulheres e crianças entre os mortos no ataque, apontando para três mulheres, nove crianças e 21 homens, noticiou a agência Associated Press (AP).
Antes, tinha adiantado que nove mulheres e 14 crianças estavam entre as 33 pessoas mortas no ataque.
O comissário da UNRWA, Philippe Lazzarini, lamentou esta quinta-feira, através da rede social X, que o ataque israelita à escola em Nuiserat tenha ocorrido “sem aviso prévio”.
Desde o início da guerra na Faixa de Gaza, há oito meses, mais de 180 edifícios da UNRWA, na sua maioria escolas convertidas em abrigos, foram atacados.
“O resultado foi a morte de mais de 450 pessoas deslocadas nessas instalações”, revelou a organização, num comunicado.