A responsável desta estrutura sindical, Sofia Canha, disse à agência Lusa que, em termos de valor global, “60 por cento dos professores do ensino secundário da Madeira fizeram hoje greve, enquanto nos outros graus de ensino o valor foi de 35% e em algumas escolas não houve aulas por falta de docentes”.
As maiores adesões à paralisação (100%) registaram-se nas escolas do ensino básico do Faial, São Roque, Seara Velha, Louros e a creche ‘O Colminho’ (Santana) e noutros estabelecimentos em vários locais da região variaram entre os 45 e os 90%, referiu.
Fonte da secretaria regional da Educação contrariou estes números, informando que em termos oficiais a adesão global foi de 29,4%, variando entre os 9,4 por cento no concelho do Porto Moniz, no norte da ilha, e os 75,4% no Porto Santo.
A mesma fonte confirmou que a maior participação dos professores foi na escola básica e secundária Francisco Freitas Branco, no Porto Santo, que atingiu os 96,9%, o que inviabilizou a realização dos exames pelos 24 alunos, num universo de 2.254 estudantes na região, espalhados por 113 salas
O secretário regional da Educação madeirense, Jaime Freitas, salientou que a realização das provas na região aconteceu porque “muitos professores “muitos professores que foram convocados para estarem nas escolas no sentido de garantir a realização dos exames compareceram massivamente”.
O governante elogiou a postura dos docentes, argumentando que “muitos deles teriam vontade de aderir à greve, mas pesando os dois interesses em jogo, o direito de cada professor fazer a greve e o dos alunos realizarem os seus exames, eticamente muitos professores decidiram comparecer”.
A responsável do Sindicato dos Professores da Madeira admitiu que esperavam um impacto maior” na adesão à greve por parte dos docentes da região, "uma adesão mais significativa porque este é um dia decisivo e os professores tinham a oportunidade de expressar a sua indignação” pelas políticas que estão a ser implementadas.
A época oficial de exames de Ensino Secundário começou hoje com o grande exame de Português, para o qual estão inscritos 74.407 alunos, realizando-se também provas de Latim (108 inscritos) e de Português Língua Não Materna (para imigrantes), com 136 alunos.
Os professores, que começaram por fazer uma greve ao serviço de avaliações, decidiram agendar uma paralisação geral para hoje para contestar o regime de requalificação profissional e a mobilidade geográfica proposta pelo Governo, bem como o aumento do horário de trabalho de 35 para 40 horas semanais.
