Açoriano Oriental
Vila Franca oferece opções seguras para umas férias cá dentro

Sem registar infetados com Covid-19 até ao momento, Vila Franca do Campo apresenta argumentos e propõe um vasto leque de atividades para que possa desfrutar do concelho de forma segura


Autor: Concelho@Concelho

O surto do Covid-19 assolou o mundo e entrou nas nossas vidas de tal forma violenta e repentina, que estamos ainda a tentar perceber como responder à ameaça. Mas fazer face a este cenário impensável, com todas as cautelas que têm forçosamente de existir, não implica que tenhamos todos de parar de viver, sob pena de ser a cura a matar-nos e não a doença.

Essa é, de resto, a estratégia da Região para enfrentar o surto e é também a convicção da Câmara Municipal de Vila Franca do Campo que lhe abre as portas do concelho com a tranquilidade de quem reúne os argumentos e as condições para que possa visitá-lo em segurança.

A sua estadia não será problema, uma vez que - somando as ofertas das duas unidades hoteleiras lá sediadas às largas dezenas de tipologias de alojamento turístico que proliferaram nos últimos dois anos - o município possui uma oferta superior a 750 camas.

“E o que poderei eu fazer em Vila Franca?”, poderá estar a perguntar-se. Bem, isto dependerá um pouco das suas preferências, mas seguramente não lhe faltará programa se for uma pessoa curiosa ou aventureira: há mar, praias, boa gente e gastronomia variada, assim como um imenso património histórico e natural sempre ‘solícito’ a aparecer na fotografia e a pedir para ser explorado.

A afluência turística não será certamente a mesma com que se terá deparado em anos mais recentes, mas se olhar para o atual quadro pandémico na perspetiva do ‘copo meio-cheio’, verá que tem aqui uma nova oportunidade para fruir dos ex-libris vila-franquenses ao ritmo que melhor lhe convier e - numa nota um pouco mais mais lírica - fazer deles um pouco mais seus.

Vila Franca está aí, preparada para a nova ‘normalidade’ – até ao momento, sem registar qualquer caso de Covid-19 - e promete um sem número de experiências a todos os quantos se venham a decidir por umas férias tranquilas e seguras no concelho.

Estique a toalha em praias com bandeira azul

Três praias de Vila Franca do Campo receberam, este ano, a Bandeira Azul, nomeadamente a praia de Água d’ Alto, Prainha e Vinha d’ Areia.
Estas praias, refira-se, receberam igualmente o título de ‘Praia Acessível – Praia para Todos’, ou não cumprissem com todos os requisitos de acessibilidade e de disponibilidade de serviços para pessoas com mobilidade reduzida.

Se os grandes aglomerados de pessoas nas praias são alvos da sua preocupação, lembre-se que pode aceder ao sítio online Spot Azores para consultar a respetiva lotação. Além disso, fique a saber que a autarquia vila-franquense garantiu o reforço do número de nadadores salvadores na praia de Água d’ Alto, Prainha e Vinha d’ Areia, para que os banhistas possam desfrutar de todo o areal, sentindo-se em segurança e cumprindo o distanciamento social.

As praias do Degredo, da Pedreira e do Corpo Santo são também excelentes opções. A do Corpo Santo, à semelhança das praias de Água d’Alto e Prainha, ostenta a Bandeira ´Água Qualidade de Ouro’, galardão atribuído pela Quercus, devido à qualidade da água evidenciada nos últimos quatro anos.

Depois da praia para onde seguir?

Olhe, se se refrescou na praia de Água d’ Alto, refresque agora a alma na cervejaria Lagoinha, localizada naquela freguesia, mesmo ao lado da Igreja de São Lázaro.

O local vai convidar a alguma descontração, mas mantenha a máscara, desinfete regularmente as mãos e não deixe de cumprir com as regras de distanciamento social. O seu papel na não disseminação do vírus é tão importante quanto o dos outros.

No entanto, se está mais a pender para um passeio na natureza e pretende aproveitar o sol de fim de tarde, permita-nos a dica: percorra o trilho Quatro Fábricas da Luz, que se inicia no parque de estacionamento do Parque Escutista dos Lagos.

Desfrute da natureza envolvente e aproveite para visitar o Museu Hidroelétrico da Ribeira da Praia, que tomou o lugar da antiga Fábrica da Praia edificada em 1911, a terceira central hídrica a ser construída pela Empresa de Eletricidade e Gás, Lda, precursora da EDA-Renováveis.

Nesta rota linear, vai poder perceber a importância histórica da industrialização da ilha de São Miguel no final do séc. XIX e começo do séc. XX, bem como o início da produção e distribuição de energia elétrica através de fontes renováveis, impulsionado pelo Engenheiro José Cordeiro.

Se o trilho das Quatro Fábricas da Luz não foi suficiente…

…Pode sempre percorrer mais um. Que tal o trilho da Praia - Lagoa do Fogo, mais um exemplo do quão o concelho é fértil em paisagens e lagoas idílicas?

Se é pedestrianista, espere um trilho de dificuldade média e cerca de 4 horas de caminhada. O esforço valerá a pena: caminhará por entre um extraordinário mundo de plantas endémicas e cursos de água, até terminar no estrondoso lado sul da Lagoa do Fogo.

Trata-se, portanto, de um trilho de ida e volta, em formato circular, e reserva um final fantástico, com a costa sul de São Miguel e o ilhéu de Vila Franca a servirem de pano de fundo.

Se a sugestão não entusiasma, saiba que tem ainda os trilhos circundantes às lagoas do Congro e dos Nenúfares como opção. Ambas as lagoas, estão localizadas numa zona classificada como Área Protegida para a Gestão de Espécies e Habitats.

Uma curiosidade: sabia que não há muito tempo, a cratera da Lagoa do Congro era usada pela população como uma área recreativa e que era muito comum os vila-franquenses deslocarem-se ao local por ocasião das festas do São João da Vila?

Outra questão: tem conhecimento que, a pouco mais de dois quilómetros, no Monte Escuro, pode encontrar a Lagoa do Areeiro?

Aventure-se numa vila voltada para o mar

Declaradamente orientada para o mar, a Vila Franca do Campo contempla várias atividades náuticas, como mergulho, canoagem e vela, nomeadamente nas classes de optimist, laser radical e laser standard.

Pode, por isso, não apenas usufruir de praias de eleição, como aventurar-se num mar extremamente rico em biodiversidade.

A observação de cetáceos também é possível a partir do concelho e as empresas de animação turística prestam os seus serviços a partir da marina.

No entendimento da CMVFC, a marina, que é operada pelo Clube Naval de Vila Franca do Campo, constitui um importante porto de abrigo para todos os que a procuram, sendo reconhecida pelo conforto, segurança e tranquilidade que proporciona, não só aos seus clientes, mas também a todos os que visitam o concelho.

É mais um ponto onde lhe é permitido repousar os olhos no ilhéu, também designado por Anel da Princesa, pela forma que exibe quando retratado em vista aérea. Longe da azáfama dos anos anteriores e dos holofotes mediáticos do Red Bull Cliff Diving, este ‘highlight’ turístico está a ter o merecido descanso, mas prepara-se para a sua visita.

‘Mergulhe’ num património cultural imenso

A existência de Vila Franca do Campo, em si mesma, já representa um dos capítulos mais importantes da História dos Açores. Foi a primeira capital da ilha de São Miguel e o segundo lugar elevado a vila no arquipélago. Até ao violento terramoto no ano de 1522, que soterrou a maior parte do povoado, manteve-se como a mais importante povoação da ilha.

Não deixe, portanto, de procurar resquícios desse passado e visite alguns dos monumentos mais emblemáticos do centro histórico da Vila, como a Igreja de São Miguel Arcanjo, o edifício da Câmara Municipal, o Jardim Antero de Quental e o Hospital e Igreja da Misericórdia.

E muito importante: não perca a oportunidade de revisitar ou conhecer a Ermida da Senhora da Paz. A vista do alto da ermida é simplesmente soberba.

A Ermida quinhentista, anterior ao terramoto de 1522, foi reconstruída em 1764 e sucessivamente melhorada e aumentada.

Em 1968 foi construída a escadaria com 10 patamares, que representam os Pai-Nossos dos Mistérios Gozosos e Dolorosos, e 100 degraus, referentes às Ave-Marias, correspondendo no seu conjunto a dois terços do rosário.

Visite igualmente o Museu Municipal que, para além da Central Hidroelétrica de Água d’ Alto, agrega os seguintes núcleos: Solar Viscondes do Botelho, a Casa Botelho de Gusmão, a Olaria Museu do mestre António Batata, o Forno de Loiça de Manuel Jacinto Carvalho e a Moagem de São José.

Ao percorrer o Museu, terá contacto com diversos temas que definem a cultura vila-franquense, tais como a loiça da vila, os ofícios tradicionais, a arte baleeira, a produção de Violas da Terra e, entre outros artefactos, achados arqueológicos.

Se, entretanto, se deslocar à Ponta Garça reserve algum do seu tempo para contemplar o Farol e a Capela da Luz Eterna, este último, um projeto de Bernardo Rodrigues, arquiteto premiado internacionalmente e natural daquela mesma freguesia.

Não se despeça sem uma queijada e massa sovada

Não tem porque temer a fatura da balança se avançar comedidamente para tão tentadoras iguarias. Mas independentemente da abordagem ao ‘assunto’, o importante mesmo é que prove as afamadas queijadas de Vila Franca do Campo e leve consigo a deliciosa massa sovada da senhora Isabel Cabral.

Dada a grande procura existente, é aconselhável encomendar a massa sovada com pelo menos um dia de antecedência, para garantir que terá a possibilidade de apreciar o singular sabor da massa sovada de Ponta Garça.

Quanto às queijadas, pode prová-las ou comprá-las diretamente no café Queijadas do Morgado que abre portas junto à marina. As Queijadas da Vila surgiram, ainda no século XVI, pelas mãos das freiras que moravam no antigo Convento de Santo André. O segredo, pode ler-se no sítio online da autarquia, transpôs as grossas paredes do Convento pelo que, hoje, são comercializadas, mais notoriamente pela empresa Adelino Morgado e Filhas, Lda.

Se é fã de peixe fresco e de uma restauração diversificada está com sorte: a Vila tem várias opções para si quando for tempo de uma boa refeição.

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