Açoriano Oriental
Câmara apoia os alvos “mais vulneráveis” da pandemia

Ricardo Rodrigues Presidente da Câmara Municipal de Vila Franca do Campo centra a atenção da autarquia no apoio às famílias que mais sofrem com os efeitos económicos da Covid-19


Câmara apoia os alvos “mais vulneráveis” da pandemia

Autor: Concelho@Concelho

O mundo regressa à ‘normalidade possível’ ainda em tempo de pandemia. De que forma é que a Vila Franca do Campo está a viver o atual momento?
Esta pandemia atingiu todo o mundo e não tem alvos particulares. Assim, é talvez a primeira vez na história recente que somos confrontados com uma ameaça deste género.
Porém, os alvos que os poderes públicos, cada um com as suas competências, devem proteger são os mais vulneráveis na nossa sociedade.
Desde logo, evitando o desemprego e apoiando os que são mais carenciados, ou seja, todos quantos já viviam em precariedade e todos aqueles que, por força desta pandemia, ficaram ou vão ficar em situação vulnerável.
Em Vila Franca do Campo, não temos um problema de contaminação, mas vamos ser alvo das consequências da pandemia. Vivemos com tranquilidade, mantendo todas as regras de distanciamento físico e de higiene recomendadas.
Que argumentos apresenta para garantir que quem pretenda visitar o concelho estará a fazê-lo em segurança?
Por um lado, o facto de não termos casos registados de Covid-19, embora não vivamos em zonas geográficas estanques. A verdade é que a ilha de São Miguel e os Açores, em geral, sempre tiveram a situação controlada fruto das medidas preventivas adotadas e do bom exemplo cívico que, por regra, foi praticado por todos nós.
Sente que os agentes privados acompanham o ímpeto camarário?
Sinto que é necessário motivar os empresários, mas, sobretudo, passar uma mensagem pública de confiança aos cidadãos. Nesta matéria, o anúncio de mensagens negativas corrobora uma gestão negativa das expetativas.
Por isso, mensagens positivas, em simultâneo com a segurança das medidas de responsabilidade individual, são a medida certa para continuarmos uma vida normal, com as circunstâncias que temos.
Economistas e dirigentes políticos antecipam grandes dificuldades económicas a nível mundial. O que tem a Câmara Municipal projetado para amenizar os efeitos de uma eventual crise?
O princípio geral que adotamos foi o de praticar uma ajuda direta a todos quantos foram apanhados pelas consequências desta pandemia. Ou seja, qualquer diminuição de rendimentos do agregado familiar merece a nossa atenção e apoio. Também é bom deixar claro que quem não teve diminuição de rendimentos, objetivamente, não deve ser alvo de apoios. Não existe dinheiro público (de todos nós) suficiente para apoiar os que necessitam e os que não necessitam.
A autarquia tem aumentado, sobremaneira, os investimentos nas áreas da cultura e do desporto, assim o mostram os dados da Pordata. Deve ser particularmente penoso ter de ver canceladas festividades como a do São João e São Miguel Arcanjo...
Sim, foi e será muito penoso cancelar eventos que durante a nossa história nos identificaram e caracterizaram. Porém, esta contrariedade é percebida por todos, o que facilita a decisão. Também porque acreditamos que são medidas necessárias e excecionais, ou seja, acalentamos a esperança de que, tão breve quanto possível, retomaremos as nossas tradições, naturalmente sempre enquadradas na conjuntura que viveremos.
Na verdade, os dados gerais do Concelho publicados pela Pordata são lisonjeiros para Vila Franca do Campo, qualquer que seja a comparação e a relativização que se faça, temos evoluído com segurança e sustentabilidade com o apoio dos vila-franquenses.
Já é possível calcular os efeitos da realização contida desses e de outros eventos, que se afirmaram como cartazes turísticos da Região no decorrer dos últimos anos?
São muitos os efeitos: económicos, culturais, sociais e até psíquicos. A nossa expetativa é que a descoberta de uma vacina ou de um tratamento para a Covid-19 faça devolver a normalidade possível à vida de todos nós.

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