Açoriano Oriental
Ponta Delgada consolida marca da sustentabilidade ambiental

O desempenho dos habitantes na recolha seletiva de resíduos é um dos aspetos onde mais se tem vindo a melhorar desde 2010, o que consolida a credibilidade de Ponta Delgada como um concelho sustentável ambientalmente. O turismo também veio imprimir novas dinâmicas económicas


Autor: Concelho@concelho
Ponta Delgada dá ao país uma verdadeira lição em termos de preocupação e ação com vista à salvaguarda ambiental. Muito desse trabalho tem sido feito pelos munícipes, como se comprova no retrato do município elaborado pela Pordata.

Entre os anos 2010 e 2018, a quantidade de resíduos urbanos recolhidos seletivamente pelos habitantes passou de cerca de 43 quilos para mais de 170, quando a média nacional se situa nos 103. O investimento camarário nesta área manteve-se nos 11%, valor que continua a estar acima da média das autarquias do país, que é de 8%.

Para além das preocupações ambientais, o maior concelho dos Açores, em área e população, também regista melhorias num fator determinante para a vida das pessoas e de quem o visita: o número de crimes registados por cada mil habitantes caiu 13 pontos.

Outro aspeto onde Ponta Delgada se destaca está relacionado com a dinâmica económica, muito impulsionada, sobretudo nos últimos anos, pelo setor turístico. Veja-se, por exemplo, o número de alojamentos turísticos que mais que triplicou entre 2010 e 2018, de 29 para 93, sendo este número tido como ‘quebra de série’, em função de, só partir do último ano em estudo, se incluir as unidades de alojamento local e os espaços de turismo em espaço rural. Uma nota ainda para as empresas não financeiras no concelho (cerca de 7800), que, a par do número de trabalhadores, também sofreram um acréscimo.

Embora o estudo da Pordata não especifique os ramos de atividade das novas empresas, é notório que a maioria está relacionada com o turismo.

Mas nem tudo são rosas neste retrato de Ponta Delgada. Ainda que sendo uma tendência nacional, o concelho viu agravar o índice de envelhecimento de 58 para 82, embora bem menos do que a média do país. Praticamente inalterada está a percentagem de população ativa no concelho, ou seja, a faixa compreendida entre os 15 e os 64 anos, onde se regista uma variação de apenas seis décimas. Quanto ao ganho médio mensal dos trabalhadores por conta de outrem em Ponta Delgada , cifra-se nos 1147 euros, sendo a diferença para a média do país de 20 euros.

Por fim, as contas da autarquia que, em 2018, revelam um decréscimo de 2, 5% nas despesas com cultura e desporto, ainda assim, o investimento continua superior à realidade nacional. No que respeita ao saldo financeiro da Câmara no período considerado, é negativo em 1. 822 mil euros. Relativamente ao número de trabalhadores na administração pública local, passou de 640 para 737, em parte, por força da regularização de alguns vínculos precários.
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