Açoriano Oriental
“Não há motivos para que a Lagoa não seja segura para quem nos visita”

Cristina Calisto. Presidente da Câmara de Lagoa fala no que tem sido feito para contrariar as implicações económicas da pandemia e no sentido de preparar o concelho para os visitantes


“Não há motivos  para que a Lagoa  não seja segura para quem nos visita”

Autor: Concelho@concelho

Estamos ainda na ressaca de um período difícil devido ao novo coronavírus. Que consequências maiores regista no concelho de Lagoa?

O confinamento abrupto veio alterar as dinâmicas sociais e económicas no concelho, com impacto na diminuição de rendimentos e algumas necessidades de emergência social. Todavia, as medidas regionais adotadas pelo Governo e pelas autarquias têm-se demonstrado eficazes, sobretudo na manutenção dos níveis de emprego. Pese embora se tenha verificado uma menor disponibilidade económica, a autarquia da Lagoa tem mantido um acompanhamento muito próximo das situações socialmente mais emergentes, principalmente através do FES – Fundo de Emergência Social. Apesar desta situação inédita toda a economia tem provado reagir e o bom senso político nas medidas adotadas têm sido determinantes para minimizar os efeitos pandémicos.

É já quantificável a perda de dividendos na economia local devido à quebra do turismo?

Ao nível da economia local ainda não tenho números concretos, mas sabemos que o Turismo vinha a trilhar um caminho amplamente reconhecido e de sucesso, com um peso relativo cada vez maior na economia regional. Percentualmente fala-se de uma diminuição acima dos 90% com perdas bastante acentuadas, não só no setor direto do turismo, mas em toda a sua cadeia de abastecimento e serviços. Julgo que só teremos um valor concreto após a época alta, mas acima de tudo entendo que tivemos a resposta certa para este inimigo invisível, há agora que retomar a aposta no setor turístico com a garantia de controlo e segurança que são fatores determinantes na retoma.
O turismo “dentro de portas” é aposta? Quais são as perspetivas em função da afluência turística que o município regista atualmente?

Claramente que sim. Numa época atípica como esta, a aposta interna é a mais sensata e imediata, ainda que insuficiente para manutenção dos números de anos anteriores.
É importante que não descuremos a captação exterior, através da conjugação da nossa beleza endógena com a segurança do nosso destino.

Estou certa de que, com as medidas de apoio implementadas pelo Governo dos Açores, em conjunto com aquelas que temos tomado a nível municipal, em benefício da restauração e do comércio local, conjugada com a tipologia de alojamentos do concelho e qualidade da gastronomia e oferta natural, como por exemplo as nossas zonas balneares e trilhos pedestres, estão criadas as condições minimizadoras dos impactos neste setor.

Nesta fase pede-se o contributo e união de todos os açorianos no consumo e usufruto interno, até como uma oportunidade de melhor conhecermos aquilo que é realmente nosso. Todos temos feito um excelente trabalho para combater a disseminação do vírus na Região, o que será, no meu entendimento, um facto que credibilizará o nosso mercado a curto e médio prazo.

O que fez a Lagoa para assegurar segurança e tranquilidade a todos os quantos que a pretendam visitar?

Posso assegurar que na Lagoa tomámos todas as medidas preventivas necessárias e recomendáveis, em todos os edifícios e valências sob a gestão municipal.

Procedemos à desinfeção de zonas públicas; aumentámos áreas públicas de esplanadas nos locais possíveis, para garantir o distanciamento social, bem como, sensibilizámos as empresas e a população para as necessárias medidas de segurança e higiene exigidas nesta fase. Um bom exemplo disso é o nosso Complexo Municipal de Piscinas que tem garantido a segurança aos banhistas, em virtude da interrupção diária para a desinfeção total entre os turnos da manhã e da tarde, amplamente apreciada e reconhecida pelos utilizadores.

Temos implementado escrupulosamente todas as normas emitidas pela autoridade de saúde, pelo que, não há motivos para que a Lagoa não seja segura para quem nos visita.

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