Açoriano Oriental
Cidade é um “destino turístico ímpar na conjuntura atual”

Álamo Meneses. Presidente da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo assegura que a cidade Património Mundial tem condições ideais para receber todos aqueles que a pretendam visitar


Cidade é um “destino turístico ímpar  na conjuntura atual”

Autor: Concelho@concelho

A Covid-19 também apanhou o “nosso” mundo de surpresa, afetando os bons dividendos que a Região estava a retirar do turismo. Angra do Heroísmo já consegue quantificar as perdas que os efeitos do surto estão a causar na economia local?
Ainda é prematuro fazer um balanço total e fidedigno da totalidade das perdas sofridas, mas estamos a falar de quebras muito significativas nomeadamente no sector do Turismo, mas que afectam todo o sector produtivo de forma transversal. Vamos medindo o pulso à situação quer pelo feedback dos parceiros sociais, quer através da procura das famílias e das empresas aos apoios e medidas excepcionais que o Município tem garantido nesta conjuntura.
Podemos assumir que a autarquia está agora a apostar num “turismo “dentro de portas”, a apelar maioritariamente aos açorianos?
A nossa aposta na economia local, nos agentes económicos e nos artistas locais, é estrutural e foi assumida muito antes da pandemia. Dito isto, e respondendo à sua questão, estamos em sintonia com essa aposta do Governo Regional, mas não fazemos distinção entre quem nos procura. A partir do momento em que o nosso espaço aéreo abriu temos de estar à altura quer dos benefícios, quer dos riscos que isso traz. Pela nossa parte preparámos as várias zonas balneares e de lazer para serem pontos fulcrais de bem-estar e segurança. Os investimentos que foram feitos não só nas infra-estruturas que já existiam, mas também em novas zonas abertas ao público como a zona de banhos do Fanal ou o alargamento e melhoramento no Jardim Duque da Terceira potenciaram ainda mais a nossa oferta.
Mas mantém uma estratégia ainda voltada para o turista nacional e estrangeiro, ou essa, por força do atual momento, é uma aposta que acaba por cair por terra?
Como referi não fazemos distinção entre quem nos procura, queremos antes corresponder a essa aposta. Não podemos controlar as atitudes dos outros, portanto colocamos a tónica naquilo que fazemos para que tudo possa correr da melhor forma possível. O mesmo é dizer que nos abstemos de organizar eventos que possam criar situações de grande aglomeração de pessoas, ao mesmo tempo que valorizamos o que podemos oferecer com segurança, sem excluir ninguém.
Que argumentos apresenta a cidade-património a quem queira passar uma férias tranquilas e seguras?
Angra do Heroísmo, cidade Património Mundial, é um destino turístico ímpar ainda mais na conjuntura actual: um lugar paradisíaco, seguro e afável que traz paz de espírito e comunhão com a natureza num mundo especialmente conturbado. Temos uma urbe única que respira história e monumentalidade e que tem a sorte de, em meio ao burburinho citadino, ter ainda duas zonas balneares de eleição, uma marina e várias zonas verdes marcantes. Uma cidade como só os Açores podem oferecer, que tem tanto de cosmopolita como de rebelde, nesta relação constante com a natureza crua que a envolve.
Como sente o pulso dos agentes económicos nesta nova normalidade com que nos deparamos? Estão a ser proactivos ou é difícil ser-se pouco mais do que reactivo no atual contexto?
Tendo em conta a enormidade do desafio devo salientar a resiliência e a proactividade da maioria que está constantemente a reinventar-se para estar à altura dos acontecimentos. Durante o confinamento assistimos a restaurantes a apostar no take-away, a empresas agrícolas a apostar na entrega ao domicílio de cabazes de produtos e, de uma forma geral, todas as instituições públicas e privadas a apostar fortemente nas potencialidades da tecnologia para proteger funcionários e público. Daí para cá, muitas empresas já estão abertas e têm estado a adaptar-se às melhores soluções para servir o público.

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