Autor: Lusa / AO online
"A utilização do pinheiro bravo exclusivamente, ou quase, como cultura florestal para a produção de energia tornar-se-á para o proprietário e para a indústria a curto, e para o país a médio prazo, inviável", afirmou o presidente da CIMBB e da Câmara de Proença-a-Nova referindo-se ao pouco retorno financeiros para os proprietários.
João Paulo Catarino falava durante a sessão de abertura da conferência "Floresta e Território - Riscos, Economia e Políticas", que decorre no Centro de Ciência Viva da Floresta de Proença-a-Nova, no distrito de Castelo Branco.
A definição de políticas e a criação de estratégias para o setor florestal e o apoio aos proprietários nas primeiras duas décadas de vida dos povoamentos florestais foram defendidas pelo autarca.
O presidente da CIMBB pediu ousadia: "sejamos ousados e pensemos para daqui a 30 ou 40 anos, caso contrário no âmbito da cultura do pinheiro bravo, continuaremos a ser apenas recoletores, como já eram os nómadas, vamos recolhendo o que a natureza nos vai dando, quando dá".
A resinagem foi outro dos assuntos abordados durante a sessão de abertura da conferência.
João Paulo Catarino sublinhou que atualmente o país importa mais de 80 % da resina que transforma e adiantou que a sua extração torna o pinheiro bravo numa das culturas florestais mais competitivas e a única que permite um rendimento anual periódico ao proprietário.
Em suma, o responsável entende que tão ou mais importante do que valorizar o que de bem se tem feito no setor florestal, é poder dar contributos sobre a importância do pinheiro bravo enquanto espécie determinante para o desenvolvimento económico, social e ambiental de uma parte significativa do território nacional.