Açoriano Oriental
Nuno Melo quer defender reforço da supervisão bancária
O cabeça-de-lista do CDS-PP, Nuno Melo, pretende defender no Parlamento Europeu o reforço da legislação sobre supervisão bancária e "a aplicação máxima dos fundos comunitários", matérias que afirma distinguirem a sua candidatura das do PS e PSD.
Nuno Melo  quer defender reforço da supervisão bancária

Autor: Lusa / AO Online

"Tenho algumas ideias para discutir em matéria de supervisão. Não defendo, como o dr. Vital Moreira, que para um mercado único um supervisor único. Acho que até os nacionais têm muitas competências que permitiriam evitar muito do que aconteceu. Mas podemos ter mecanismos de troca de informação muito mais activos entre diferentes supervisões. Há poderes que podem ser cometidos ao Parlamento Europeu, há legislação que pode ser incrementada e uniformizada no plano da União Europeia", afirmou.

Em entrevista à Agência Lusa, Nuno Melo considerou que a sua candidatura representará no Parlamento Europeu "uma direita que verdadeiramente se distingue", já que, afirmou, o PS e o PSD, apesar de estarem em famílias políticas diferentes no Parlamento Europeu, "representam políticas muito parecidas em dossiers fundamentais" como a Justiça e a Segurança.

"Há uma diferença de Estado entre a esquerda e a direita que condiciona tudo e explica muita coisa. Eu acredito que nesta conjuntura de crise, para além da diferença do Estado pesado que se substitui às empresas que à esquerda se defende, ou o Estado mais leve e dinâmico que ajuda as empresas e deve criar condições para que elas criem riqueza e emprego que a direita representa, parece-me lógico que nesta situação de crise grave, se defenda o princípio da máxima utilização dos fundos comunitários. E pedirei lá contas sobre a razão pela qual o governo do meu país não faz essa aplicação", afirmou.

Afirmando que não é "eurocéptico, nem eurocalmo mas sim europeísta", Nuno Melo considerou que "é indiscutível que Portugal melhorou muito e beneficiou muito da integração europeia".

"A Europa é uma decisão estratégica fundamental para nós. Há é uma deficiente actuação do Estado a diversos níveis que atrofia o nosso desenvolvimento. Temos um Estado pesado, gastador e gordo, e em vez de emagrecer e se tornar mais ágil para ajudar as empresas e a economia, tenta ir buscar ás famílias e empresas esse dinheiro para manter essa estrutura pesada", afirmou, criticando a política de impostos do Governo português.

Apesar de ter partido para a "pré-campanha" centrando a mensagem em temas nacionais e encarando as eleições europeias como a "primeira volta das legislativas", Nuno Melo rejeitou que essa abordagem signifique uma desvalorização do Parlamento Europeu.

"Se se fala de QREN e de PRODER, ou seja, de fundos estruturais, que nós temos à nossa disposição para conseguir alguma diferença, está-se a falar neste momento e até 2013 de política europeia. O que é que interessa aos nossos agricultores neste momento? É a aplicação do PRODER [Programa de Desenvolvimento Rural] E aos nossos empresários neste momento? É certamente a aplicação do QREN [Quadro de Referência Estratégico Nacional], os programas de investimento", frisou.

Nuno Melo assegurou que cumprirá o mandato até ao fim e aproveitou para criticar a candidata do PS Elisa Ferreira por ter afirmado que "só lá ia assinar o nome".

"Comigo não haverá rotatividade de certeza. Eu acredito que os mandatos são para cumprir e farei os cinco anos do mandato", afirmou.

O candidato do CDS-PP da Madeira às europeias, Lopes da Fonseca, que surge em quinto lugar na lista, tinha afirmado no passado dia 09 que a direcção nacional do seu partido concordou com a rotatividade dos deputados eleitos.

Nuno Melo defendeu que os candidatos eleitos devem cumprir os seus mandatos até ao fim e rejeitou que haja "candidatos faz de conta", numa crítica ao PS: "Não sou como o PS que tem candidatos de faz de conta. Quando eu vejo a candidata do PS Elisa Ferreira com toda a clareza afirmar que só vai ao Parlamento Europeu assinar o nome", disse.

Questionado sobre o afastamento do eurodeputado Ribeiro e Castro das listas, Nuno Melo afirmou que as listas foram feitas com uma ideia de renovação e lembrou que o próprio ex-líder do CDS "terá dito que consideraria obsceno uma permanência no Parlamento Europeu por mais de dois mandatos".

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