Açoriano Oriental
Ventura refere habitação como "um exemplo" de que o Governo "falhou" aos jovens

O presidente do Chega, André Ventura, considerou hoje que a habitação é um exemplo de como o Governo “falhou” às novas gerações, num discurso perante jovens que incentivou a “não terem medo” de defender as ideias do partido.

Ventura refere habitação como "um exemplo" de que o Governo "falhou" aos jovens

Autor: Lusa /AO Online

Sob o lema “Quo Vadis Europa?” ('Para onde vais Europa?', numa tradução livre), várias dezenas de jovens do Chega reuniram-se hoje num auditório na Assembleia da República, em Lisboa, para a abertura da terceira edição da Academia Política de Verão do partido, dinamizada pela sua estrutura de juventude.

Numa intervenção de cerca de trinta minutos, aplaudida em vários momentos, o líder do Chega tocou em temas diversos, usando a habitação como “um exemplo” de como o Governo “falhou” aos jovens.

Ventura referiu o facto de alguns jovens não conseguirem alugar um quarto em Lisboa ou no Porto para frequentarem o Ensino Superior, lamentando que na capital do país existam “casos em que uma cama num quarto com seis beliches” custe “250 euros”.

“Aí está o que António Costa deu aos jovens”, afirmou, criticando o envio pelo primeiro-ministro de uma carta à Comissão Europeia, noticiada hoje pelo Expresso, em que propõe que a "habitação e retenção de talentos estejam nas prioridades” do executivo de Bruxelas.

“É este primeiro-ministro que eu quero que conheçam. Não é o avozinho simpático dos ‘outdoors’ que abraça os velhinhos e que diz ‘todos juntos e ninguém fica para trás’. Não, é o homem frio, calculista, que não quer deixar o poder nem por nada”, atirou.

Na sua intervenção, Ventura criticou as “leis absolutamente loucas de António Costa sobre imigração” e enalteceu o passado histórico do país, nomeadamente o período dos Descobrimentos, recusando “pedir desculpa”.

O presidente do partido incentivou a plateia à sua frente a defender causas “do futuro” como o ambiente, a digitalização ou a “disputa dos recursos”, mas sem “perder a identidade desta história que este país criou”.

“Não tenham medo de ser diferentes”, apelou, insistindo para que os jovens não tenham receio em defender causas do partido, entre elas, a prisão perpétua.

Numa outra altura do discurso, Ventura fez referência à possibilidade de a candidatura do Chega às eleições legislativas regionais da Madeira em setembro estar em risco, na sequência de impugnações apresentadas. Depois de o Tribunal Judicial da Comarca da Madeira ter admitido a candidatura, a última palavra cabe ao Tribunal Constitucional.

“Nunca antes, desde a fundação da nossa democracia, um partido esteve tão em causa e tão em risco”, lamentou.

Ventura terminou a sua intervenção dizendo que o próximo ano será “de luta e dificuldade” e apelou à união do partido “sem jogos de poder, sem bastidores ou segundos raciocínios”.

Momentos antes, a deputada e coordenadora da estrutura que representa os jovens, Rita Matias, apelou aos jovens para que sejam críticos das ideias do partido.

“Nós queremos um projeto político europeu mas que não renegue todo o nosso passado, que não nos faça pedir desculpa pelo que é a nossa história”, defendeu.

A III Academia Política de Verão do Chega decorre até domingo, com vários debates, palestras, ‘workshops’ e ainda a simulação de uma sessão plenária do Parlamento Europeu.


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