Qual o balanço que faz da primeira sessão legislativa que agora termina na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores (ALRAA), iniciada em Novembro último?
O novo Parlamento tem, realmente, outra pluralidade. Entraram três novas forças políticas que, sinceramente, se esperava que dessem outra animação, no sentido de inovação, e que trouxessem propostas que sejam das suas áreas políticas. (…) Aumentou a pluralidade mas a iniciativa inovadora que se esperava que estes partidos pudessem trazer, ao fim destas sessões (plenárias) todas, não as vimos. (…)

E no que a iniciativas e temas debatidos diz respeito, quais destaca?
O primeiro facto, se me permite, é o CDS-PP ter cinco deputados, coisa que nunca teve na história da Autonomia. Depois, houve momentos marcantes: tivemos o Programa de Governo com aquela ‘cena’ desagradável de não ser votado na Assembleia (…). Assistimos a outro momento, também negativo, que foi a redução e a contenção de custos para os grupos parlamentares (…) quando se dizia que era preciso mais pluralidade no Parlamento, mais grupos parlamentares, ‘eles entram’ e cortam-se-lhes os apoios, aos que entraram de novo e aos que cá estavam (…) quando se sabe que o Governo gasta à ‘fartazana’, que tem mais de 20 assessores, só o presidente do Governo no seu gabinete. Por outro lado, também tivemos momentos muito positivos, com discussão de matérias fracturantes na sociedade como foi o caso das touradas picadas em que cada um livremente expressou a sua opinião, tivemos o Programa do Governo em que também houve um debate acesso, e propostas no sentido construtivo. Fazemos oposição crítica e dura, mas apresentamos propostas que possam dar mais qualidade de vida aos açorianos. E destaco três: uma já aprovada, a da diária dos doentes deslocados, outra é o vale saúde para o qual foi aprovada a verba de 500 mil euros no âmbito do Plano e Orçamento, e que ainda não está em execução o decreto por dificuldades de agendamento na Comissão. A outra proposta que era do nosso programa eleitoral, é a criação do enfermeiro de família que numa região como os Açores vai trazer ganhos sim e qualidade na prestação de cuidados de saúde e que depois, enfim, o Governo resolve fazer uma manobra de diversão e criar um grupo de trabalho para estudar uma matéria que está estudada em todo o mundo! (…) Na questão dos barcos, como na questão da SATA, não vamos deixar ‘morrer’ o assunto, vamos ‘voltar’ aos aviões velhos que a SATA diz novos, é um investimento muito grande e há pormenores que não estão completamente esclarecidos. Parece-me um Governo mais pobre, talvez dos mais fracos que eu tenho memória e também um Grupo Parlamentar do PS muito fundamentalista, pouco dialogante (...).