Açoriano Oriental
Turistas nacionais provocam queda de dormidas em janeiro

Os Açores registaram em janeiro uma diminuição das dormidas em 2,5%, sobretudo devido à quebra nas dormidas nacionais. Nos mercados estrangeiros, destacam-se os Estados Unidos

Turistas nacionais provocam queda de dormidas em janeiro

Autor: Rui Jorge Cabral

As dormidas de turistas nos Açores registaram uma descida de 2,5% em janeiro deste ano, face a janeiro de 2023, o que representa uma diminuição de cerca de três mil dormidas, sendo já o segundo mês consecutivo em que há uma redução de dormidas nos Açores face ao ano anterior.

Segundo os mais recentes dados do Serviço Regional de Estatística dos Açores (SREA), a Região registou em janeiro 117,5 mil dormidas de turistas em todas as tipologias de alojamento: hotelaria, alojamento local e turismo em espaço rural.

E a principal razão para esta descida está no mercado nacional, que registou em janeiro 61 mil dormidas nos Açores, menos 7,9% face a janeiro de 2023.

Isto quando as dormidas de estrangeiros foram no sentido inverso. Em janeiro, registaram-se 56,5 mil dormidas de estrangeiros nos Açores, mais 4,2% que no mesmo mês do ano anterior.

Refira-se que a redução de 7,9% nas dormidas de turistas nacionais nos Açores representa uma perda em janeiro a rondar as 5 mil dormidas face a janeiro de 2023.

Um fator que pode ser diretamente associado à redução da operação da Ryanair para os Açores neste inverno, uma vez que não tendo acesso à tarifa de residente de 134 euros, os turistas nacionais tendem a procurar as viagens mais baratas proporcionadas pela companhia irlandesa de baixo custo para virem aos Açores durante a época baixa, sobretudo aos fins de semana.

E com menos voos da Ryanair, há uma diminuição deste segmento do turismo nacional, que viaja mais pelo fator preço do que por uma vontade imperativa de vir aos Açores, independentemente do preço da viagem.

De registar ainda nos dados do SREA relativos a janeiro o aumento da estada média dos turistas nos Açores em 3,7% face ao mês homólogo para 2,8 noites, o que é um fator positivo para a economia regional e para a redução da sazonalidade no turismo.

Ao nível das tipologias de alojamento, regista-se que a hotelaria acolheu 61,1% das dormidas nos Açores em janeiro, enquanto o alojamento local acolheu 36% e o turismo em espaço rural teve 2,9% das dormidas de turistas no primeiro mês do ano.

De registar ainda ao nível das dormidas de estrangeiros o bom desempenho do mercado norte-americano, com os Estados Unidos da América (EUA) a consolidarem-se como o principal mercado emissor de turistas para os Açores, com um crescimento de 8,3%, que vai em sentido contrário ao do tradicional mercado alemão, cujas dormidas diminuíram em janeiro 8% face ao mesmo mês do ano anterior.

Refira-se que os EUA registaram 9,9 mil dormidas de turistas nos Açores em janeiro, enquanto que os alemães foram responsáveis por 8,5 mil dormidas no primeiro mês do ano.
Espanha, com 6 mil dormidas nos Açores em janeiro e um crescimento homólogo de 3,1%, afirma-se como o terceiro mercado emissor de turistas para a Região.

Ao nível das dormidas de estrangeiros, destaca-se ainda o mercado polaco, que registou em janeiro 3,4 mil dormidas nos Açores, um valor que duplica face a janeiro de 2023.
Por ilhas e ao nível das dormidas da hotelaria e do alojamento local, Santa Maria (41,2%) e Flores (17%) registaram os maiores aumentos, enquanto que a Terceira (-13%) foi a ilha onde as dormidas mais desceram nos Açores em janeiro, face ao mesmo mês de 2023.

Em São Miguel, registaram-se em janeiro 82,4 mil dormidas na hotelaria e no alojamento local, que correspondem a 72,2% do total de dormidas da Região no primeiro mês do ano. Contudo e face a janeiro de 2023, a ilha de São Miguel teve uma diminuição de 1,3% nas dormidas de turistas, mesmo assim abaixo da média regional, que foi de 2,5%.
Refira-se, por fim, que a hotelaria açoriana registou um aumento de 4% nos proveitos totais em janeiro, face ao mesmo mês do ano anterior, embora os proveitos por aposento de 2,8 milhões de euros tenham ficado em linha com o ano anterior, ou seja, não subiram nem desceram.

O Rendimento por quarto disponível (RevPAR) na hotelaria, ainda segundo dados preliminares, desceu em janeiro (-5,2%) face ao período homólogo para 18,2 euros, o que pode indiciar já um efeito da diminuição da procura na redução do preço.


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