Citado numa nota do Governo Regional, Luís Cabral remete ainda para as declarações dos representantes dos sindicatos no final da reunião em causa, que apontavam para um entendimento entre as duas partes.

Segundo a mesma nota, o secretário regional da Saúde considera que o SIM e o Sindicato dos Médicos da Zona Sul, com quem se reuniu há três semanas, são representados "por médicos e juristas que estão de boa fé neste processo e não permitirão que este assunto seja utilizado como arma de arremesso político".

A reunião em causa ocorreu a 28 de março, em Lisboa, por causa de uma portaria do governo açoriano que mudou as regras de pagamento dos especialistas que se deslocam às ilhas sem hospital do arquipélago.

No final da reunião, e em situações posteriores, Luís Cabral disse que tinham sido esclarecidas todas as questões que estavam a causar protestos e apreensão por parte dos médicos e que, na sequência desse entendimento, serão retomadas as deslocações.

Também no final da reunião, a representante do Sindicato dos Médicos da Zona Sul (SMZS) mostrou-se satisfeita com os esclarecimentos prestados por Luís Cabral.

“Havia uma questão que era uma falha de interpretação, em clareza, e que foi aqui reposta, em nosso entender, com satisfação e penso que os nossos associados também vão ficar satisfeitos”, afirmou Ana André, do SMZS.

No entanto, na quarta-feira, o secretário-geral do SIM, Jorge Cunha, disse que não há um acordo com o Governo Regional, acrescentando que o sindicato apresentou no início desta semana uma contraproposta a Luís Cabral.

"O que existe é uma negociação. Não se pode considerar encerramento das negociações com a opinião da Secretaria. Negociar quer dizer precisamente isso, negociar", disse Jorge Cunha, em declarações aos jornalistas na Horta, garantindo que "o problema ainda não está resolvido".

Na nota hoje divulgada, Luís Cabral diz ainda estranhar que esta seja “a segunda visita” do responsável do SIM aos Açores nos últimos dois meses, questionando se está na região "a fazer campanha política pelo PSD ou a defender o interesse sindical dos médicos”, sublinhando que "Roque da Cunha é um militante ativo do PSD".