Açoriano Oriental
Roger Schmidt defende ideia de jogo do Benfica independente do adversário

O treinador do Benfica, Roger Schmidt, defendeu hoje que as ‘águias’ devem manter a sua ideia de jogo, independentemente do oponente, apostando no compromisso tático dos ‘onze’ futebolistas para impor o seu estilo nos encontros.

Roger Schmidt defende ideia de jogo do Benfica independente do adversário

Autor: Lusa /AO Online

No contexto da sua participação da cimeira Thinking Football Summit, onde recebeu o prémio de “Treinador do Ano”, referente à I Liga em 2022/23, Roger Schmidt discutiu diversos aspetos táticos do jogo, entre os quais a criação da identidade da formação que foi campeã nacional na sua época de estreia.

“É muito fácil analisar-nos, jogamos sempre da mesma forma. Como treinadores, podemos ter diferentes abordagens, ideias, eu acredito que o melhor é não mudá-las em função do adversário. Algumas equipas jogam de forma diferente na Liga dos Campeões, nós acreditamos em nós próprios. Se virem, o Benfica não joga com um estilo a cada semana, temos o nosso estilo, mas temos flexibilidade para adaptar algumas questões”, explicou.

Com uma equipa bastante ofensiva, como o próprio reconhece, para fazer face uma liga onde “muitas equipas jogam com quatro ou cinco defesas”, o que levou à utilização de muitos jogadores atacantes, o técnico germânico acredita que os avançados têm de ser uma primeira linha defensiva e que todo o conjunto tem de ter comportamentos semelhantes, independentemente da posição.

“Claro que os defesas estão mais envolvidos, mas espero o mesmo dos nossos atacantes. Vejo muitos bons exemplos nas equipas de topo. Se olharem para o Manchester City, venceram a Liga dos Campeões e a Liga Inglesa e os seus jogadores de ataque não são preguiçosos. […] O Paris Saint-Germain do ano passado, com Neymar, Messi e Mbappé na frente até pode ser campeão na em França, mas não no futebol internacional”, constatou.

Schmidt, que tem um trajeto como técnico por variados países, Alemanha, Áustria, China, Países Baixos e agora Portugal, traçou um perfil daquilo que costumam ser as características comuns do jogador luso.

“Têm boas habilidades técnicas, há muitos bons jogadores, com toque de bola. O que mais gosto é que são muito abertos, adoram jogar futebol, e isso, para mim, como treinador, é ótimo. Trabalham muito, especialmente a vertente técnica, gosto. Os jogadores portugueses são capazes de jogar esse futebol”, afirmou.

Quando questionado acerca do plano de jogo para a final da Supertaça, vencida diante do FC Porto, por 2-0, o treinador revelou que apenas no próprio dia do jogo decidiu a colocação de Rafa na frente para lidar com a saída de Gonçalo Ramos para o Paris Saint-Germain.

"Acho que foi uma boa ideia, porque ganhámos. Está tudo em aberto ao último segundo. Acordei de manhã, no dia da Supertaça, e ainda não tinha a certeza. O Gonçalo Ramos tinha saído para Paris e precisávamos de uma solução para este jogo. Podia jogar direto com um ponta de lança, como o Musa ou o Tengstedt. A minha decisão foi diferente. Na verdade, a diferença foi ter colocado o Aursnes como segundo atacante”, admitiu.

Ainda sobre o jogo que deu a Roger Schmidt o seu segundo título enquanto técnico das ‘águias’, o treinador fez um rescaldo daquilo que considera ter sido um jogo que valeu pela segunda parte que a sua equipa conseguiu apresentar, já com Petar Musa a assumir a dianteira do ataque.

“O FC Porto esteve muito bem no início, nós não entrámos bem. Com o decorrer da primeira parte, começámos a controlar e nos últimos 60 minutos estivemos muito bem. Ao intervalo mudámos ao colocar um avançado na frente e acabámos por ganhar o jogo. Temos de tomar decisões antes do jogo, é a diferença para as pessoas que trabalham na imprensa ou os adeptos. Eles podem discutir depois, mas eu decidi pelo Rafa e o Fredrik [Aursnes] na frente”, disse ainda sobre o tema.



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