Açoriano Oriental
Quartel do Corvo tem porta fechada mas bombeiros estão sempre em alerta

O quartel dos bombeiros do Corvo, associação humanitária que hoje comemora 30 anos, está fechado durante o dia, mas os 12 voluntários estão sempre em alerta para acudir à população da ilha.

Quartel do Corvo tem porta fechada mas bombeiros estão sempre em alerta

Autor: Lusa/AO online

"Somos todos voluntários, porque todos temos os nossos empregos. É uma corporação completamente voluntária e não temos qualquer elemento abaixo dos 30 anos", disse em declarações à agência Lusa o comandante dos Bombeiros Voluntários do Corvo, Marco Silva, de 39 anos, natural da ilha.

Segundo Marco Silva, "a partir da noite, das 21:00 até às 07:00, fica no quartel um elemento de prevenção", enquanto que durante o dia é ele próprio que está de prevenção permanentemente.

O responsável adiantou que numa comunidade pequena, como a do Corvo, com pouco mais de 400 habitantes e onde todos se conhecem, as pessoas telefonam-lhe diretamente.

"Como não temos um grande número de ocorrências, os nossos trabalhos diários são mais as prevenções aeroportuárias e na carga e descarga de combustíveis na ilha", explicou o comandante, que é também funcionário da transportadora aérea SATA no aeródromo do Corvo.

Por exemplo, em 2016 a corporação registou cerca de 300 saídas para estas duas situações.

Embora com poucas ocorrências, já se registaram na ilha casos graves, como um acidente de viação em agosto de 2015 que vitimou uma turista portuguesa de 33 anos e mais seis feridos, interrompendo o ciclo de cinco anos sem acidentes no Corvo.

"Ainda recentemente tivemos uma idosa com uma paragem cardiorrespiratória. A doente foi reanimada, o que é motivo de grande orgulho para a corporação porque, mesmo não tendo grandes ocorrências, somos bons operacionais", sublinhou.

Marco Silva adiantou que a associação quer recrutar novos elementos, tendo já obtido o aval do Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores para "uma nova recruta".

"Fico mesmo muito satisfeito que numa ilha com cerca de 450 habitantes termos entre 15 a 20 possíveis novos bombeiros", explicou.

A presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Corvo, Vera Câmara, que lidera a instituição há quatro anos, destaca a importância dos elementos da corporação que, embora voluntários, revelam prontidão.

Sobre aquele acidente mortal, Vera Câmara recorda que, além de ter havido recurso à ajuda da população e a meios de outras ilhas, acabou por "pôr à prova todos os conhecimentos dos bombeiros" e a capacidade psicológica de lidar com estas situações.

"A comunidade do Corvo respeita muito a instituição", salientou, destacando ainda o papel dos bombeiros em situações de mau tempo.

Hoje, para assinalar o aniversário da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Corvo, cuja sede tem um bar concessionado e um espaço destinado a clube informático, estão previstas várias atividades, desde jogos para as crianças, desfile de viaturas, uma missa em homenagem dos bombeiros falecidos e um jantar no quartel.


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