Açoriano Oriental
PS subscreve considerações do chefe de Estado sobre "fragilidade do país"
O presidente do PS afirmou concordar com o Presidente da República sobre as "fragilidades" económico-financeiras do país, a exigência de respeito pelos compromissos externos do país e sobre a necessidade de governabilidade e estabilidade política.
PS subscreve considerações do chefe de Estado sobre "fragilidade do país"

Autor: Lusa/AO online

 

Esta posição foi transmitida pelo líder parlamentar socialista, Carlos César, numa reação ao discurso do Presidente da República por ocasião da cerimónia de posse do XX Governo Constitucional, chefiado por Pedro Passos Coelho.

"O PS tem consciência da situação que o país hoje atravessa e não pode deixar de subscrever, entre outros aspetos, algumas das considerações feitas pelo senhor Presidente da República, desde logo o reconhecimento das fragilidades económicas, sociais e financeiras que o país atravessa e conserva - fragilidades que contrastam com a propaganda eleitoral que foi feita pela direita ao longo da campanha e que ainda hoje esteve presente em algumas passagens do discurso do primeiro-ministro", Pedro Passos Coelho, apontou o líder da bancada socialista.

Também em relação ao discurso de Cavaco Silva, o presidente do PS disse subscrever "a ideia" do chefe de Estado "no que concerne à necessidade de o Governo que vier a ser constituído estar em sintonia com os compromissos europeus e internacionais do país".

"Subscrevemos igualmente que o nosso país, sem estabilidade, não tem governabilidade e, por isso, temos insistido que este Governo hoje empossado tem um potencial de instabilidade e que tem o vírus da sua incapacidade na promoção de uma maioria parlamentar. Ora, na esteira das preocupações do Presidente da República, é justamente isso que o PS tem vindo a desenvolver através de contactos com outros partidos políticos, goradas que foram as negociações com o PSD e com o CDS", defendeu Carlos César.

Ainda no sentido de corresponder às exigências do Presidente da República sobre garantias de estabilidade e de governabilidade, o líder parlamentar socialista sustentou que o PS "está a trabalhar na constituição de um acordo para a existência de um Governo com apoio parlamentar estável para uma legislatura".

"Temos vindo a trabalhar para a existência de um Governo cujo programa tenha aspetos salientes de recuperação do rendimento das famílias, criação de condições de investimento privado, reorientação do investimento público, com uma trajetória orçamental garantida e com respeito pelos compromissos assumidos com a União Europeia, no âmbito da zona euro e dos demais compromissos internacionais. Esses esforços estão a caminhar bem", defendeu o presidente do PS.

Em relação ao discurso de posse proferido pelo primeiro-ministro, o presidente do PS considerou que o seu conteúdo "não foi especialmente relevante".

"Mas convém lembrar que compromissos como os que hoje assumiu para a modernização administrativa e reforma do Estado em 2011 traduziram-se em cortes de financiamento. Também importante lembrar que compromissos que em 2011 assumiu a favor das classes médias resultaram no final do seu mandato numa completa destruição desse tecido social. A promessa de um combate às desigualdades e pobreza acabou igualmente por ter um salto tão negativo que nunca em Portugal se haviam registado (no plano estatístico) dados tão dramáticos", acrescentou o ex-presidente do Governo Regional dos Açores.

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