Açoriano Oriental
Problemas no abastecimento são culpa da empresa de transporte marítimo
A rutura no abastecimento de bens alimentares na mais pequena ilha dos Açores "é culpa" da empresa Mar Ocidental, apontou Manuel Rita, presidente da Câmara Municipal de Vila do Corvo.

Autor: Lusa/AO Online

O autarca socialista da mais pequena ilha dos Açores acusou a empresa que gere o serviço público de transporte marítimo de mercadorias entre as Flores e o Corvo de "má gestão".

"Isto é má-gestão!", afirmou, revoltado, Manuel Rita, considerando que ao longo das últimas duas semanas, a empresa de transporte de mercadorias "teve oportunidade" de restabelecer as ligações com o Corvo, mas não o quis fazer.

O autarca garantiu que as duas únicas mercearias existentes na ilha já não têm "produtos frescos" nem congelados nas suas prateleiras, ressalvando, porém, que "ninguém" está a passar fome" por causa disso.

"Ainda temos inhame, linguiça e batata", sublinhou o presidente da Vila do Corvo, em tom jocoso, acrescentando que "quem cultiva a terra, nunca passa fome".

Manuel Rita garante, no entanto, que não há rutura no abastecimento de combustíveis e de gás butano à ilha, como já aconteceu no passado.

A ilha do Corvo está sem abastecimento por mar há 14 dias, estando em causa o 'stock' de bens de primeira necessidade, admitiu hoje o Governo Regional e denunciou o líder do Partido Popular Monárquico (PPM), Paulo Estêvão.

"Tendo em conta as condições climatéricas adversas que se têm feito sentir nos Açores”, a ilha do Corvo “está sem abastecimento por via marítima há cerca de 14 dias (…) estando atualmente em causa o 'stock' de vários bens de primeira necessidade", lê-se num comunicado do Governo dos Açores hoje divulgado, no qual avança que vai tentar “assegurar o abastecimento extraordinário e alternativo ao Corvo ainda hoje”, por via aérea.

Já Paulo Estevão acusou o Executivo “de negligência” por não assegurar o abastecimento regular da ilha: “Nada do que está a suceder resulta das más condições do estado do mar. Na semana passada, as embarcações fizeram-se ao mar na ilha. Trata-se de uma situação de pura negligência que coloca a ilha do Corvo numa situação de grande vulnerabilidade se o estado do tempo se vier a agravar”, disse.

A empresa que ganhou o último concurso público para o transporte marítimo de mercadorias ainda não começou a operar e a que perdeu só o faz pontualmente, sublinhou, acusando o Governo dos Açores de não ter criado um plano de contingência para este período de transição.

No comunicado hoje divulgado, o Governo dos Açores informou que vai tentar “assegurar o abastecimento extraordinário e alternativo ao Corvo ainda hoje”, garantindo que os comerciantes da ilha optaram "até agora, por prescindir de um transporte extraordinário".

Segundo o presidente da Câmara de Vila do Corvo, a SATA Air Açores deverá ainda esta segunda-feira  assegurar o transporte de produtos frescos entre as ilhas das Flores e do Corvo, nomeadamente iogurtes, fruta de outros bens alimentares.

PUB
Regional Ver Mais
Cultura & Social Ver Mais
Açormédia, S.A. | Todos os direitos reservados