Açoriano Oriental
Portugal adaptou-se mal ao euro e foi penalizado
Portugal "adaptou-se mal" à integração na moeda única europeia, sobressaindo problemas estruturais como a existência de um “Estado pouco eficiente, uma economia pouco competitiva e uma sociedade com pouca autonomia”, afirmou hoje Luís Amado.
Portugal adaptou-se mal ao euro e foi penalizado

Autor: Lusa/AO Online
 "Sabemos todos que a forma como a economia portuguesa reagiu à integração na União Económica e Monetária penaliza-nos e temos assistido a um processo de divergência paulatino com a União Europeia nos últimos tempos. Esse é um processo que nos aflige a todos", disse o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, na abertura do Seminário Diplomático, que todos os anos reúne em Lisboa os diplomatas portugueses.

    "E aí, os aspectos estruturais mais difíceis com que temos de lidar vieram ao de cima e estamos a vivê-los no dia a dia: um Estado pouco eficiente, uma economia pouco competitiva e uma sociedade com pouca autonomia, excessivamente dependente do Estado", disse.

    Segundo Amado, "o governo procurou reagir" através de um programa de reformas nos sectores fundamentais e de um esforço de contenção que permitiu "durante dois anos ter o défice mais baixo dos últimos 30 anos", mas a grave crise internacional "veio evidenciar com toda a crueldade" esses problemas estruturais e "interromper um processo de recuperação que o país vinha seguindo".

    "No momento em que é preciso mais intervenção do Estado, o Estado tem limitações e constrangimentos orçamentais inquestionáveis. No momento em que a economia se devia flexibilizar e adaptar rapidamente a uma mudança de ambiente tão drástica, as fragilidades do tecido produtivo português sobressaem. E no momento em que precisávamos de uma sociedade mais forte, com níveis de bem-estar sustentáveis, a fraqueza do tecido social evidencia-se", declarou.

    O ministro defendeu, todavia, que é determinante manter as reformas iniciadas para que o país possa adaptar-se à nova realidade.

    "É um facto que esta linha de rumo (de reformas e correcção do défice) não deixa de ser perturbada pela crise internacional gravíssima (…) mas é absolutamente determinante termos consciência das dificuldades do país mas também da linha de rumo que é preciso manter para que o país possa adaptar-se às mudanças que estão em curso", disse.

    "É absolutamente indispensável que essa linha de rumo se mantenha: tornar o Estado mais eficiente, tornar a economia mais competitiva e tornar a sociedade mais autónoma, menos dependente", insistiu, falando aos diplomatas.

   
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