Autor: Lusa/AO online
Em declarações aos jornalistas no final da conferência de líderes que agendou o debate da moção de censura apresentada pelo CDS-PP, João Oliveira e Heloísa Apolónia condenaram o que consideram tratar-se de uma tentativa de retirar dividendos políticos de tragédias, como os fogos florestais de junho e outubro, ou meras estratégias partidárias por parte dos democratas-cristãos.
O texto do CDS-PP "Pelas falhas do Governo nos incêndios trágicos de 2017" considera que "as medidas anunciadas para o médio e longo prazo não justificam a omissão no curto prazo" e que, no período entre as duas tragédias de fogos florestais de junho e outubro, "o primeiro-ministro não se mostrou disponível para assumir as responsabilidades políticas".
Esta é a primeira vez que o XXI Governo Constitucional será confrontado com uma moção de censura desde que entrou em funções, em novembro de 2015.
A última vez que a Assembleia da República votou - e rejeitou - uma moção de censura foi em 30 de maio de 2014, apresentada pelo PCP ao executivo PSD/CDS-PP, então liderado por Passos Coelho.
A moção de censura ao governo minoritário de António Costa será a 25.ª da história da democracia portuguesa, mas até hoje só uma derrubou um Governo, em abril de 1987, então o elenco liderado pelo social-democrata Cavaco Silva e viria depois a atingir a primeira de duas maiorias absolutas.