Açoriano Oriental
Partidos nos Açores preocupados com impacto na economia regional
Os partidos com representação parlamentar na Assembleia Legislativa dos Açores mostraram-se hoje preocupados com os impactos de uma possível redução da presença norte-americana na Base das Lajes, pedindo a defesa dos trabalhadores açorianos nas negociações.

 

De todos os líderes parlamentares contactados pela Lusa, Zuraida Soares, do BE, foi a que exigiu uma intervenção mais radical, sugerindo que o Governo português rejeite a permanência da Força Aérea norte-americana na Base das Lajes, na ilha Terceira, caso se confirme uma redução de 300 postos de trabalho portugueses, como anuncia hoje o jornal Expresso.

“A única mais-valia da presença norte-americana na Base das Lajes são os postos de trabalho portugueses. Se os Estados Unidos não os asseguram, então a presença norte-americana naquela base não faz qualquer sentido”, frisou, acrescentando que “os Açores não podem estar sobre chantagem”.

A líder regional do BE considerou que é preciso discutir alternativas e que a Base das Lajes deve deixar de ser um “tema tabu” nos Açores, propondo a sua transformação numa “plataforma de apoio à aeronáutica civil”, que assegure postos de trabalho qualificados.

Por sua vez, Berto Messias, líder parlamentar do PS, disse encarar a redução da presença militar norte-americana na Base das Lajes com “enorme preocupação”, considerando que é fundamental garantir que a “principal prioridade” de Portugal nas negociações com os EUA seja “a defesa dos postos de trabalho e do impacto socioeconómico na ilha Terceira”.

O deputado socialista salientou que o Governo da República não pode “trocar os interesses dos trabalhadores por tecnologia militar”, revelando que o grupo parlamentar do PS vai reunir-se segunda-feira com a comissão representativa dos trabalhadores portugueses da Base das Lajes.

António Ventura, vice-presidente da bancada parlamentar do PSD, considerou que a redução do efetivo militar dos EUA nos Açores terá “um impacto muito negativo” na economia da ilha Terceira, que “é sustentada na Base das Lajes”, defendendo que a Assembleia Legislativa da Região deve “acompanhar em pormenor estas novas negociações”.

O deputado frisou que a redução da presença norte-americana nas Lajes torna também “a posição geoestratégica dos Açores menos conhecida e potenciada”.

Para Artur Lima, líder parlamentar do CDS-PP, a confirmar-se o despedimento de 300 trabalhadores portugueses é “de uma gravidade extrema e um forte abalo na económica terceirense e regional”.

O deputado centrista salientou que a Base das Lajes sempre foi tratada pelos governos regionais dos Açores como “um assunto menor”, acrescentando que este problema se arrasta há dois ou três anos e que “teria sido necessário um plano de contingência para esta eventualidade” por parte do executivo açoriano.

Já Aníbal Pires, líder parlamentar do PCP, defendeu que perante um cenário de redução do efetivo militar norte-americano na Base das Lajes, “têm de ser encontradas soluções que compensem os trabalhadores e a região”, lembrando que o despedimento de portugueses terá “um impacto extremamente significativo em termos económicos e sociais”.

A Lusa tentou ouvir ainda o deputado do PPM, Paulo Estêvão, que esteve incontactável.

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