Autor: LUSA/AOnline
"Os ministros lamentam profundamente que, apesar do grande compromisso e dos importantes esforços para completar a agenda do ciclo de negociações de Doha, as discussões estejam num impasse", refere a declaração final da conferência organizada entre quinta-feira e hoje, em Genebra.
Os ministros reconheceram que há ainda "pontos de vista muito diferentes" sobre a questão da liberalização do comércio muncial, objeto das negociações de Doha, e que, por isso, é "altamente improvável" que as discussões possam ser "fechadas num futuro próximo".
De acordo com o presidente da conferência, o ministro nigeriano do Comércio, Olusegun Aganga, os ministros presentes em Genebra reafirmaram o seu compromisso para que cheguem a uma conclusão.
Karel De Gucht, comissário europeu que representou a União Europeia no encontro, considera que é preciso que as negociações de Doha saiam do impasse e que "o ano de 2012 não pode ser um ano perdido".
O ministro chinês do Comércio, Chen Deming, sublinhou que o governo de Pequim está pronto para "abrir novos caminhos" mas que é preciso não perder de vista que a principal missão do ciclo de Doha é fazer com que os países saiam da pobreza, através do comércio.
"É como escalar uma montanha, cujo cume é o ciclo de Doha, mas caímos num bloco de rochas ao subir para o cume. Podemos fazer meia volta ou procurar um outro caminho", afirmou.
Para o ministro norte-americano do Comércio Externo, Ron Kirk, "o mundo de 2011 é muito diferente do mundo de 2001", quando foram lançadas as negociações de Doha. Para o governante, os países membros da OMC têm "hoje um lugar muito diferente do que tinham há dez anos".
Durante a conferência, a OMC acolheu três novos membros: Rússia, Samoa e Montenegro. A Rússia foi a última grande potência mundial que não era membro da OMC, tendo finalmente assinado a adesão, ao fim de 18 anos de negociações.