Açoriano Oriental
Mundial feminino
'Navegadoras' têm de bater Estados Unidos para evitar adeus

Portugal precisa de vencer na terça-feira os ‘todos poderosos’ Estados Unidos, a melhor equipa do mundo, em Auckland, na Nova Zelândia, para rumar aos oitavos de final do Mundial feminino de futebol de 2023, que jogaria na Austrália.

'Navegadoras' têm de bater Estados Unidos para evitar adeus

Autor: Lusa /AO Online

As ‘navegadoras’ já fizeram história na Nova Zelândia, primeiro pela inédita presença e depois porque já conseguiram marcar golos e ganhar um jogo, só que, num grupo com as duas finalistas da última edição (2019), os ‘oitavos’ ainda estão à distância de um triunfo sobre os Estados Unidos.

Se por um lado o cenário é ótimo, já que a formação lusa só depende de si própria, por outro, a dificuldade não poderia ser maior, pois, pela frente, Portugal vai ter a melhor equipa do Mundo, as bicampeãs mundiais em título.

É o ‘Evereste’ do futebol no feminino, o pior adversário possível para as comandadas por Francisco Neto, que a quase nada se podem ‘agarrar’ para terem esperanças reais de apuramento para a fase eliminar e de ‘saltar’ para a Austrália, em Sydney ou Melbourne, em 06 de agosto.

Quanto a palmarés, o vazio de Portugal contrasta com quatro títulos olímpicos e outros tantos Mundiais das norte-americanas, que, em campeonatos do Mundo, somam 41 triunfos, sete empates e apenas quatro derrotas (142-39 em golos), em 52 jogos.

A Noruega (1-0, em 1995), a Alemanha (3-0, em 2003) e o Brasil (4-0, em 2007) foram as três primeiras seleções a bater os Estados Unidos, nos 90 minutos ou no prolongamento, e a Suécia (2-1 em 2011) a última e única a fazê-lo em fase de grupos.

Depois desse jogo, em 06 de julho de 2011, as bicampeãs em exercício somaram 15 triunfos e quatro empates em Mundiais, prova em que nunca falharam as meias-finais, em oito edições. Perdendo contra Portugal, ficariam, certamente, pela fase de grupos.

Na Nova Zelândia, as agora comandadas pelo macedónio Vlatko Andonovski começaram por vencer o Vietname por 3-0 e, depois, empataram a um com os Países Baixos, o que, em comparação com Portugal, significa que marcaram mais um golo em cada jogo.

A seleção lusa ficou-se por um 2-0 ao Vietname, com tentos de Telma Encarnação e Kika Nazareth, depois de um 0-1 com os Países Baixos, culpa de um golo da ‘gigante’ Stefanie van der Gragt, após um canto, o que significa que chega à última ronda a um ponto de norte-americanas e neerlandesas.

Em termos matemáticos, a igualdade face aos Estados Unidos pode chegar, mas só se os Países Baixos perderem com o Vietname, cenário que se afigura de todo improvável.

Assim, só a vitória interessa a Portugal, que, na sua história, perdeu os dez jogos, todos de caráter particular, feitos face aos Estados Unidos e não conseguiu sequer marcar um golo, sofrendo 39, nove já na ‘era’ Francisco Neto (0-1, 0-4, 0-3 e 0-1).

O desafio das ‘navegadoras’ é, assim, incomensurável, sendo que, para o enfrentar, parece difícil prever quais as ‘peças’ que o selecionador vai lançar, depois de, do primeiro para o segundo jogo, ter feito sete mudanças, mantendo apenas Ana Borges, Carole Costa, Tatiana Pinto e Jéssica Silva.

Francisco Neto, que já utilizou 22 jogadoras, pode começar por inovar logo na baliza e colocar em campo a 23.ª convocada, e única que ainda não entrou, a guarda-redes Rute Costa, que também não somou qualquer minuto nos Europeus de 2017 e 2022.

Quanto a defesa, é provável que se mantenha a três, com Ana Borges, Carole Costa e o regresso de Diana Gomes, podendo, nas laterais, manter-se Lúcia Alves e Joana Marchão ou regressarem Tatiana Pinto e Catarina Amado, titulares com os Países Baixos.

Caso Tatiana derive para lateral, o meio-campo poderá ter Dolores Silva e Andreia Norton, mais Kika Nazareth, nas costas de Jéssica Silva e Telma Encarnação, jogadora que não será fácil Francisco Neto ‘despromover’.

Quanto ao ‘onze’ de Andonovski, não se preveem grandes alterações, até porque os Estados Unidos precisam de ganhar – se calhar folgadamente – para vencerem o grupo e apanharem um adversário teoricamente menos complicado nos ‘oitavos’.

A avançada Alex Morgan, que conta 121 golos em 209 jogos pela seleção, é a jogadora ‘cartaz’ da formação norte-americana, sendo que, no Mundial2023, só marcaram Sophia Smith (dois ao Vietname) e Lindsey Horan (um ao Vietname e outro aos Países Baixos).

Trinity Rodman, filha do lendário basquetebolista Dennis Rodman, Rose Lavelle e Savannah Demelo, que tem descendência açoriana, são outras das figuras das bicampeãs em título, juntamente com a agora menos utilizada Megan Rapinoe.

O 11.º encontro, e primeiro oficial, entre Portugal e os Estados Unidos, da terceira jornada do Grupo E do Mundial feminino de 2023, realiza-se na terça-feira, pelas 19:00 (08:00 em Lisboa), no Eden Park, em Auckland, na Nova Zelândia.



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