Autor: Lusa/AO Online
O cessar-fogo em vigor desde fevereiro foi frequentemente violado e, nas últimas semanas, registaram-se confrontos em diferentes zonas do leste.
“As violações do cessar-fogo persistem. Ainda há um risco de um regresso a violentos combates”, disse Stoltenberg à imprensa no segundo dia de uma reunião dos ministros da Defesa da Aliança Atlântica em Bruxelas.
“A Rússia continua a apoiar os separatistas com treino, armas e homens. Tem um grande número de forças estacionadas na fronteira com a Ucrânia”, acrescentou.
“A melhor hipótese de paz é a total aplicação dos acordos de minsk. Insto todas as partes a fazê-lo e a Rússia tem especial responsabilidade nessa matéria”, afirmou.
Stoltenberg recusou a sugestão de jornalistas de que as repetidas violações da trégua significam que os acordos de Minsk estão mortos e sublinhou que eles são “a única alternativa para continuar a apoiar os esforços de paz”.
“Sem Minsk, receio que a situação ia deteriorar-se”, afirmou.
A Rússia nega qualquer envolvimento direto no conflito no leste da Ucrânia, iniciado há 15 meses e que já fez mais de 6.500 mortos.
Os membros da NATO decidiram várias medidas para reforçar a sua presença e apoiar os aliados daquela zona da Europa em face do que Stoltenberg designou “as ações agressivas da Rússia na Europa”.
O secretário-geral disse, nesse contexto, que o Conselho NATO-Ucrânia, órgão responsável pelas relações da Aliança com o país não-membro, reviu os esforços para apoiar Kiev numa série de reformas políticas, económicas e militares.
Os ministros da Defesa decidiram nomeadamente criar um fundo para apoiar o setor da Defesa da Ucrânia, especialmente para a desminagem e desativação de explosivos, que se junta a cinco outras linhas de crédito anteriormente criadas pela Aliança.
Entre as medidas consta o apoio da NATO à gestão do tráfego aéreo pela Ucrânia com a cooperação de países vizinhos como a Polónia.
Stoltenberg disse que a NATO está a avaliar o pedido apresentado pelos três membros Bálticos – Estónia, Letónia e Lituânia – para o destacamento de uma brigada aliado nos seus territórios, frisando por outro lado que a organização já aumentou o número de efetivos no leste europeu, incluindo nesses três países.