Açoriano Oriental
Medidas de austeridade podem provocar crescimento negativo no próximo ano
Os analistas da Economist Intelligence Unit (EIU) prevêem uma contração de 0,9 por cento em Portugal em 2011 ao contrário da previsão de um crescimento de 0,5 por cento anunciados por Teixeira dos Santos quinta feira em Bruxelas.

Autor: Lusa/AO On line

Para o departamento de análise do Economist, as medidas de austeridade para 2011 e os aumentos de impostos já em vigor vão diminuir o rendimento disponível e afetar a confiança em todos os setores da economia.

"A Economist Intelligence Unit (EIU) prevê um declínio do PIB em 2011 de 0,9 por cento, porque as medidas [de austeridade] para 2011 (e os aumentos de impostos já implementados) vão diminuir o rendimento disponível e afetar a confiança em todos os setores", indicou à Lusa Kevin Dunning, economista-chefe responsável pela análise a Portugal da EIU.

O especialista espera que a economia portuguesa sofra uma contração em 2011 o que se deve "parcialmente ao orçamento de 2011", mas também porque a procura externa deverá cair.

"Existe ainda uma fraqueza de fundo na recuperação económica desde 2009, que terá um efeito enfraquecedor também em 2011", afirmou.

Segundo Kevin Dunning, a médio prazo "o crescimento será atenuado, mas isto deve-se não apenas ao orçamento para 2011, mas a fatores estruturais, especialmente à restrição do crédito disponível e ao contexto internacional fraco".

O Governo anunciou na quarta feira um conjunto de medidas de austeridade com o objetivo de consolidar as contas públicas. Entre essas medidas estão o corte de salários de 5 por cento na massa salarial da Função Pública, o congelamento das pensões em 2011 e o aumento em dois pontos percentuais do IVA, que passará a ser de 23 por cento. As restantes taxas do IVA também vão ser revistas.

O Executivo de Sócrates decidiu congelar os investimentos públicos, cortar os benefícios sociais e também os benefícios fiscais das empresas e criar um imposto sobre o setor financeiro.

Estas medidas têm de ser aprovadas na Assembleia da República para entrarem em vigor.

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