Autor: Lusa/AO Online
"O Banco Santander Totta não esteve presente em qualquer reunião onde tenha sido tomada a decisão de adotar a medida de resolução do Banif", afirmou o gestor logo durante a sua intervenção inicial perante os deputados que integram a comissão de inquérito ao Banif.
Segundo Vieira Monteiro, no mesmo dia em que o Santander Totta apresentou a sua proposta de compra do Banif, pelas 19:00 do dia 18 de dezembro de 2015, ainda no âmbito do processo voluntário, "foi posteriormente contactado telefonicamente pela N+1, tendo-lhe sido solicitada a presença numa reunião, a realizar nessa noite nas instalações do Banco de Portugal".
A N+1 era a consultora que acompanhava o processo de venda do Banif, contratada pela equipa de gestão liderada por Jorge Tomé.
"Após as 22 horas do dia 18 de dezembro de 2015, a nossa equipa, chefiada por mim e pelo Dr. Manuel Preto, chegou ao Banco de Portugal, onde estavam presentes elementos do Fundo de Resolução, do Banco de Portugal e do Ministério das Finanças, bem como um conjunto de assessores financeiros e legais, entre os quais a Oliver Wyman, a Allen & Overy e a Cuatrecasas, num total de cerca de 20 pessoas", relatou Vieira Monteiro.
E destacou: "Fomos então informados que o processo voluntário de venda do capital do Banif tinha sido dado como terminado, e que o Banco de Portugal tinha iniciado um processo imediato de alienação de parte dos ativos e passivos do Banif, já não segundo um procedimento de venda privada, mas ao abrigo de uma medida de resolução, a ser tomada pelo Banco de Portugal, e que teria de estar concluída nesse mesmo fim de semana, pelo que qualquer proposta deveria ser apresentada até domingo, dia 20 de dezembro".
O responsável reforçou que "essa reunião não tratou de decidir a medida de resolução, mas de discutir a abertura do processo de venda de ativos e passivos do Banif".