Autor: Lusa/AO Online
O antigo Presidente português afirmou, numa nota divulgada hoje, que os recentes acontecimentos foram “de uma inexplicável e desproporcionada violência”.
“O Alto Representante para a Aliança das Civilizações apela ao Governo de Israel para que colabore numa pronta e completa elucidação dos factos ocorridos e levante o insustentável bloqueio à faixa de Gaza”, reforçou Jorge Sampaio, na mesma declaração escrita.
De acordo com o Alto Representante, o bloqueio “continua a penalizar injustamente os seus (do território) 1,5 milhões de habitantes”.
Comandos da marinha israelita atacaram segunda-feira um dos seis navios que, com centenas de ativistas pró-palestinianos e toneladas de ajuda humanitária a bordo, pretendiam forçar o bloqueio a Gaza imposto por Israel.
Segundo o exército israelita, nove passageiros morreram e sete soldados israelitas ficaram feridos, dos quais seis foram hospitalizados, durante confrontos no “ferry” turco Mavi Marmara, a maior das seis embarcações, que levava a bordo cerca de 600 pessoas.
O antigo chefe de Estado português apelou ainda, “como resposta a este ato de extremismo”, à mobilização da comunidade internacional para “a inadiável urgência da paz no Médio Oriente”.
Para Jorge Sampaio, a paz na região é o “único caminho para estancar a violência, garantir o respeito pelo direito internacional, a segurança e o direito dos dois povos a viver lado a lado em igual dignidade”.
A Aliança das Civilizações, uma proposta do Governo espanhol com o co-patrocínio do primeiro ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, foi criada em 2005 e conta hoje com a participação de 100 países e 20 organizações internacionais. Jorge Sampaio é o Alto Representante das Nações Unidas para a Aliança das Civilizações desde 2007.
Melhorar a compreensão e as relações de cooperação entre nações e povos de diferentes culturas e religiões são os objetivos centrais da organização.