Autor: Paula Gouveia
Segundo fonte da família do repórter fotográfico do “New York Times”, que é residente em Joanesburgo, João Silva foi evacuado durante a manhã de hoje para a Alemanha, depois de os médicos se certificarem de que o seu estado clínico estabilizou após a amputação parcial de ambas as pernas a que foi submetido.
A esposa sul-africana do fotojornalista e mãe dos dois filhos do casal, Vivian, embarcou ao princípio da noite com destino a Heidelberg para seguir junto do marido a delicada fase de recuperação clínica e psicológica que se segue ao acidente sofrido quando seguia uma patrulha do exército dos EUA na cidade de Arghandab.
O repórter fotográfico pisou uma mina anti-pessoal depois de a zona onde se encontrava ter sido passada a pente fino por especialistas em desminagem e cães do exército norte-americano.
João Silva iniciou-se como repórter-fotográfico num jornal regional sul-africano em 1992 e passou depois para o “The Star”, tendo-se distinguido logo a seguir na cobertura fotográfica dos sangrentos conflitos nas “townships” sul-africanas, entre apoiantes do ANC, do Inkhata e as forças de segurança no período de transição do “apartheid” para a democracia multirracial na África do Sul.
Ao longo dos últimos anos cobriu os conflitos dos Balcãs, Iraque, Afeganistão, Sudão e outros países africanos, tendo vendido o seu trabalho a grandes agências internacionais como a Reuters e a Associated Press, antes de firmar um contrato com o “New York Times em 1996, tendo ganho diversos galardões internacionais.