Açoriano Oriental
Festival de Compositoras dos Açores quer “valorizar” a música criada por mulheres

O Arquipélago – Centro de Artes Contemporâneas vai acolher, sexta-feira e sábado, o primeiro Festival Comunidade Compositoras Açores, com artistas como Katerina L’dokova e Ângela da Ponte, para combater o preconceito e “valorizar” a música composta por mulheres.

Festival de Compositoras dos Açores quer “valorizar” a música criada por mulheres

Autor: Lusa

“Nós sabemos que ainda há um forte preconceito em relação à música que é composta por mulheres. Uma ideia de menorização que nós rejeitamos em absoluto. A única coisa que queremos é valorizar ainda mais o nosso trabalho”, explicou à Agência Lusa Teresa Gentil, música e uma das promotoras do evento.

O primeiro Festival Comunidade Compositoras Açores vai arrancar na sexta-feira com o programa para as escolas, através de uma oficina ministrada por Teresa Gentil e Helena Ferreira, que vai contar com a participação da escritora Judite Canha Fernandes.

“O festival tem uma componente muito importante para nós que é a integração dos públicos ou da música na comunidade (…). Vamos partir de uma música e um texto musicado por mim. Uma história musicada que vai ser o mote para a oficina”, revelou.

No sábado, a partir das 15:00, vão decorrer os concertos de Ângela da Ponte, Sara Cruz, Sara Ross, Ana Paula Andrade e Katerina L’dokova.

“Os trabalhos são muito distintos. Temos desde música de 'cantautoras' – que são a principal quantidade de mulheres compositoras nas ilhas -, mas depois temos muita gente ligada à música clássica, com produções de ópera e música sinfónica”.

Ângela da Ponte vai apresentar a obra “Ensaios Sobre Cantos IV”, contando com a participação de Rui Silva no adufe, enquanto o concerto de Sara Cruz, designado “Inéditos no Arquipélago”, vai revelar um conjunto de músicas originais.

Sara Ross vai levar as obras “Submersamente” (com a participação de Svetlana Pascoal, no piano) e “Inscrição” (com Helena Ferreira), enquanto a peça de Katerina L’dokova é intitulada de “Travessia”.

Por sua vez, a música Ana Paula Andrade vai apresentar as composições “Piano Solo”, “Aurora” (com Carolina Constância no violino) e “Amor vivo” (sobre um poema de Antero de Quental, com a participação de Helena Ferreira).

Teresa Gentil reconhece a “evolução” que existiu quanto à integração das mulheres no panorama musical, que atualmente trabalham num “contexto muito mais favorável”, mas alertou que ainda é preciso “trabalhar para conseguir a igualdade entre programas”.

“Se nos festivais que já existem é difícil colocar mais música nossa, achamos que era bom nós próprias criarmos o nosso festival e assim equilibrar um pouco a balança. O objetivo não é só mostrar música nossa. É também abrir a outras compositoras e a outras pessoas que se queiram juntar”, reforçou Teresa Gentil

O festival é uma iniciativa da recém-criada associação Prolífica, que nasceu para juntar compositoras de diversas áreas musicais com ligação aos Açores.

O primeiro Festival Comunidade Compositoras Açores tem entrada gratuita e vai acontecer no Centro de Artes Contemporâneas da região, localizado na Ribeira Grande, na ilha de São Miguel.


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