Açoriano Oriental
Falham esforços internacionais para criar zonas de proteção ambiental na Antártida
Esforços internacionais para criar duas vastas zonas de proteção de vida selvagem na Antártida falharam pela quinta vez, mas os delegados afirmam-se esperançosos depois de China e Rússia assumirem compromissos.

Autor: Lusa/AO online

 

A reunião da Comissão para a Conservação dos Recursos Marinhos Vivos da Antártida (CCAMLR, na sigla em inglês) terminou hoje sem acordo quanto às duas áreas propostas, destinadas a proteger espécies como baleias e pinguins.

Fontes oficiais indicaram que, à última hora, a China revelou que irá apoiar uma das reservas no mar de Ross, conhecido como o “Último Oceano”, por ser considerado o único ecossistema marinho intacto no planeta.

No entanto, esta solução foi bloqueada pela Rússia, que, juntamente com a China, também impediu uma proposta para uma zona marinha protegias na região costeira no leste da Antártica, de acordo com os grupos ambientalistas reunidos na Aliança Oceano Antártico.

“É chocante que, enquanto a maioria dos membros da comissão está mais que pronta para criar significativas áreas marítimas protegidas nas águas da Antártida, a China e a Rússia tenham bloqueado os esforços para negociar um desfecho positivo”, disse um dos membros da Aliança, Jill Hepp.

Ambas as propostas já foram rejeitadas cinco vezes nos encontros anuais da comissão, que exigem consenso de todos os 24 membros e da União Europeia.

No entanto, os delegados felicitaram o apoio da China à zona protegida no mar de Ross, que tem bloqueado nos últimos anos, considerando que torna mais provável um futuro acordo.

“É importante porque agora apenas resta um país que não apoia [esta proposta] e portanto estamos mais perto. É um país importante que conseguimos ter do nosso lado”, disse o chefe da delegação dos Estados Unidos, Evan Bloom, à agência France Presse.

Por outro lado, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Nova Zelândia, Murray McCully, também destacou o compromisso da Rússia de manter conversações antes do próximo encontro da comissão, em 2016.

A proposta relativa ao mar de Ross, apoiada pelos Estados Unidos e pela Nova Zelândia, foi este ano alargada para mais de 1,5 milhões de quilómetros quadrados, apesar de a zona de pesca ter sido ligeiramente reduzida para cerca de 1,1 milhão de quilómetros quadrados.

Austrália, França e União Europeia propõem uma segunda área de proteção, no leste da Antártida, com um milhão de quilómetros quadrados numa área que abrange quatro zonas onde seria permitida alguma pesca e pesquisa, com restrições ambientais.

Desde 2011 que ambas as propostas têm estado em cima da mesa da comissão, com a missão de observar a conservação e a exploração sustentável do Oceano Antártico, uma região onde os ambientalistas afirmam existir mais de 10.000 espécies únicas, incluindo baleias e uma lula gigante, além de condições especiais para a investigação científica.

PUB
Regional Ver Mais
Cultura & Social Ver Mais
Açormédia, S.A. | Todos os direitos reservados