Autor: Lusa / AO online
“O PS e o PSD fizeram um misterioso acordo em que os chefes de gabinete, os assessores, os adjuntos, as comitivas, as deslocações - que é despesa política do Governo - fique isenta, fique imune, não seja atingida pelo tal corte de cinco por cento do ponto de vista dos salários políticos”, afirmou à Lusa Paulo Portas à margem de uma visita ao Lar do Centro Social e Paroquial de São Vicente de Paula em Lisboa.
No entender do dirigente do CDS-PP, “não pode haver medidas de exceção para os ‘boys’”.
Perante esta decisão que resultou de um acordo entre os principais partidos, o CDS-PP vai solicitar na Assembleia da República, que à semelhança dos cortes na despesa de funcionamento na Presidência da República e no Parlamento, “que os gabinetes do Governo – que é onde há mais despesa política – também adiram ao espírito de contenção e que não seja exceção”.
Se assim não for, “os portugueses não acreditam”, considerou Paulo Portas, que deixou uma interrogação.
“Mas então, um ministro é um político e um chefe de gabinete nomeado pelo ministro não é um político?”, questionou.
Quarta feira, PS e PSD aprovaram as medidas de austeridade que vão penalizar os salários e agravar a carga fiscal, mas o corte de cinco por cento no salário dos governantes deixa de fora diretores e sub diretores gerais, adjuntos, assessores e chefes de gabinete.